Congresso

Caroline de Toni pode seguir líder da minoria após veto a Eduardo Bolsonaro

Deputada do PL havia renunciado ao cargo para indicar o colega de partido, mas decisão de Hugo Motta mantém indefinição sobre comando do grupo oposicionista

A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) pode seguir como líder da minoria na Câmara dos Deputados, mesmo após ter anunciado sua renúncia ao cargo. A indefinição ocorre porque o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), rejeitou a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a função. A parlamentar catarinense havia aberto mão do posto justamente para viabilizar a escolha do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão de Motta mantém Caroline oficialmente no cargo, já que seu nome ainda aparece no site da Câmara como líder da minoria. O presidente da Casa afirmou que não dará aval à indicação de Eduardo, o que abre espaço para que a própria deputada reassuma formalmente a liderança ou para que a oposição apresente outro nome.

A movimentação para emplacar Eduardo como líder da minoria era vista como estratégia da oposição para tentar proteger o mandato do parlamentar. Caso assumisse a função, ele teria prerrogativas que poderiam atenuar os riscos de perda do mandato, já que sua condição de líder lhe garantiria justificativas adicionais para ausências.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o início do ano. O deputado havia solicitado uma licença de 120 dias por “interesses pessoais” e outros dois dias para “tratamento de saúde”. Com o fim do prazo, no entanto, ele acumula faltas desde 20 de julho, sem apresentar justificativas aceitas pela Mesa Diretora da Câmara.

A legislação prevê que o parlamentar não pode faltar a mais de um terço das sessões do plenário sem justificativa, sob pena de cassação do mandato. Para evitar esse desfecho, Eduardo chegou a protocolar um pedido para exercer o mandato remotamente, mas ainda não recebeu resposta do presidente da Casa.

A situação aumenta a pressão política dentro do grupo oposicionista, que agora precisa decidir se manterá Caroline de Toni na liderança ou se apresentará outro nome para ocupar o espaço barrado por Hugo Motta. Enquanto isso, o impasse expõe as dificuldades da oposição em reorganizar seu comando na Câmara.

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