
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump vão discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (23/9). Como é tradição desde 1955, o Brasil será o primeiro Estado-membro a discursar na abertura. Lula participará logo após as falas do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da presidente da 80ª Assembleia Geral, Annalena Baerbock, da Alemanha. Trump falará logo depois do presidente do Brasil.
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Essa será a primeira vez que os dois chefes de Estados estarão no mesmo ambiente em meio a uma tensão entre os Estados Unidos e o Brasil e após mais uma rodada de sanções contra brasileiros, entre eles Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o advogado-geral da União, Jorge Messias — que teve o visto revogado. Desde agosto, o Brasil está sob um tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos.
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Não há reunião bilateral marcada entre Lula e Trump, mas há a possibilidade de os dois se encontrarem nos corredores no intervalo entre os discursos. A abertura da assembleia está prevista para começar às 10h. Lula deve discursar sobre democracia, multilateralismo, ação climática e COP30.
Segundo a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos deve abordar a "deterioração da ordem mundial". Esse será o primeiro discurso na ONU desde seu retorno ao poder em janeiro, um mandato marcado por seu distanciamento das grandes instituições internacionais.
Palestina
Na segunda-feira (22/9), Lula afirmou que o que ocorre na Faixa de Gaza é genocídio. O líder brasileiro reforçou o apoio do país ao processo aberto pela África do Sul, exigindo o reconhecimento do Estado Palestino, tal como plano de partilha apresentado pela ONU há 78 anos: "Um Estado se assenta sobre três pilares: o território, a população e o governo. Todos têm sido sistematicamente solapados no caso palestino", declarou.
O presidente brasileiro reiterou que os atos terroristas cometidos pelo Hamas são inaceitáveis e que o Brasil já foi enfático ao condená-los. "Mas o direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis", ponderou. A visão de Lula sobre a guerra difere da do Trump. O republicano já tentou intermediar acordos de cessar-fogo entre Israel e Hamas, não nunca falou em "genocídio".
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