O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira (24/9) com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. O encontro ocorreu após um período de tensão entre os dois líderes.
No início do ano, Zelensky rejeitou ligações de Lula após o petista confirmar presença no desfile militar de 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, em Moscou, Rússia. O Correio confirmou a reunião bilateral com interlocutores do Palácio do Planalto.
É a segunda vez que Lula e Zelensky se reúnem presencialmente. A primeira ocorreu em 2023, também durante a Assembleia Geral da ONU. Outras tentativas de realizar o encontro foram frustradas. Por exemplo, na Cúpula do G7 deste ano, no Canadá, a conversa foi desmarcada por “questões de agenda”.
Os dois chefes de Estado não têm boa relação. Zelensky acusa Lula de adotar uma postura pró-Rússia no conflito, inclusive na proposta de paz formulada pelo Brasil e pela China. Já a diplomacia brasileira nega, e diz defender uma solução negociada que atenda aos dois envolvidos na guerra.
Lula defendeu ‘solução realista’ para a guerra
O chefe do Executivo brasileiro mencionou a guerra na Ucrânia durante seu discurso na Assembleia Geral, ontem (23), e defendeu haver uma maior chance para a paz atualmente.
“No conflito na Ucrânia, todos já sabemos que não haverá solução militar. O recente encontro no Alaska despertou a esperança de uma saída negociada. É preciso pavimentar caminhos para uma solução realista. Isso implica levar em conta as legítimas preocupações de segurança de todas as partes”, declarou Lula.
O encontro realizado no Alaska foi entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Trump diz mediar uma solução pacífica para o fim da guerra, e mudou a postura de apoio incondicional dos EUA à Ucrânia adotado pela gestão passada, de Joe Biden, reduzindo o envio de armas ao país europeu.
Apesar de demonstrar maior proximidade de Putin desde que assumiu o cargo, Trump mudou o discurso nos últimos dias e defendeu publicamente que a Ucrânia pode retomar todo o território perdido para a Rússia. Até então, o republicano defendia uma cessão parcial dos territórios ucranianos para a Rússia. A mudança pegou até Zelensky de surpresa.
Trump e o presidente da Ucrânia também se reuniram em Nova York ontem.
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