
Com críticas ao mercado financeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (18/10) que a Faria Lima e os banqueiros vão "brigar" com o governo por causa dos investimentos federais no programa Pé-de-Meia, destinado a evitar a evasão escolar de jovens do ensino médio.
Em aulão preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado em São Bernardo do Campo (SP), o petista rebateu críticas feitas pelo mercado e defendeu a universalização do programa Pé-de-Meia. "Dentro da mesma sala de aula tem um aluno que recebe o Pé-de-Meia e outro que não recebe, e às vezes a diferença de salário é 50 centavos, é 100 centavos. Então nós precisamos aprovar a universalização do Pé-de-Meia para que todas as pessoas possam ter o direito de estudar", disse.
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"É difícil, a Faria Lima vai brigar com a gente, os banqueiros vão reclamar: 'Nossa, esse governo tá gastando bilhões de reais com Pé-de-Meia, poderia estar aqui na Faria Lima pra gente ganhar mais dinheiro'. E nós não estamos gastando, gastando a gente estaria se o dinheiro fosse para eles. Nós estamos investindo na sobrevivência da nossa juventude, na sobrevivência dos nossos negros, do nosso povo periférico que muitas vezes não tiveram chance na vida", declarou o presidente ao referir-se às alegações de que o Programa Pé-de-Meia contribuiria para que o governo estoure a meta fiscal.
Segundo Lula, dados do IBGE revelaram que 480 mil jovens abandonavam os estudos para contribuir com o orçamento familiar. Atualmente, o Pé-de-Meia atende 4 milhões de estudantes dos 6 milhões matriculados no ensino médio.
Defesa da profissionalização
Lula dedicou parte significativa do discurso à importância da formação profissional, especialmente para as mulheres. "Uma menina, uma mulher, uma profissão para ela é quase que uma coisa sagrada, porque para a mulher uma profissão significa independência", afirmou. O presidente defendeu que a qualificação profissional é fundamental para garantir dignidade e proteção contra abusos no mercado de trabalho e em relacionamentos pessoais.
O evento em São Bernardo do Campo contou com a presença dos ministros da Educação Fernando Haddad e Camilo Santana. Em tom de brincadeira, o presidente elogiou ambos e disse ter criado uma "disputa saudável" entre eles. "Quem vai ganhar é o povo brasileiro, são os estudantes brasileiros que vão fazer o Enem", concluiu.

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