
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro afirma que foi proibida de participar da perícia dos corpos no Instituto Médico-Legal (IML) após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou na morte de 120 pessoas, incluindo quatro policiais. A presença dos defensores durante as necropsias é considerada fundamental para garantir fiscalização dos procedimentos. O órgão atende 106 famílias, que pediram ajuda para identificar corpos, conseguir documentos e obter gratuidade de sepultamento.
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Segundo os defensores do Rio, nesta quinta-feira (30/10), a entrada dos agentes públicos foi autorizada apenas até o pátio e outras áreas do prédio, sem permissão para acompanhar os exames. A Defensoria também argumenta que o acompanhamento da perícia faz parte da atuação na ADPF das Favelas, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Já estamos providenciando esse acesso. A gente está correndo contra o tempo porque esses corpos não vão ficar à disposição da Defensoria. Eles vão ser provavelmente encaminhados para o sepultamento; por isso, nós estamos aqui desde cedo buscando participar da produção dessa prova, mas nos foi impedido”, denunciou a defensora pública Rafaela Garcez, em coletiva de imprensa em frente ao IML.
Na tarde de ontem (29), o ministro Alexandre de Moraes determinou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), explique, “de maneira detalhada”, a megaoperação, além de informações sobre o número oficial de mortos, feridos e pessoas detidas, bem como quais providências foram adotadas para assistências às vítimas e famílias.
Por meio de nota, a Polícia Civil do Rio informou que o acesso ao IML está limitado aos policiais civis e membros do Ministério Público.
“A Polícia Civil está cumprindo todas as regras estabelecidas pela ADPF 635. O trabalho é desenvolvido por peritos oficiais da Polícia Civil, e acompanhada por peritos independentes do Ministério Público. Esta é uma rotina técnica e o ambiente é controlado. Todas as informações constarão nos autos do processo e ficarão disponíveis para todas as partes envolvidas", disse.

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