Fraude do INSS

CPMI do INSS rejeita quebra de sigilo bancário de ex-assessor de Alcolumbre

Base governista atua para derrubar requerimento apresentado por Carlos Jordy (PL-RJ)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS decidiu, nesta quinta-feira (9/10), rejeitar o pedido de quebra de sigilo bancário de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O requerimento, apresentado pelo deputado Carlos Jordy (PL-RJ), foi derrotado por 17 votos a 13, após articulação da base governista para barrar a medida.

Atualmente, Boudens ocupa um cargo de confiança no Conselho de Estudos Políticos do Senado, com remuneração de R$ 31,3 mil. Jordy justificou o pedido com base em apurações da Polícia Federal que apontaram transferências de R$ 3 milhões da empresa Arpar Administração para Boudens, realizadas entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024. Segundo o deputado, a Arpar recebeu cerca de R$ 50 milhões de empresas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.

Durante a sessão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do governo na CPMI, articulou para derrubar o requerimento. “Querem trazer para cá um debate que envolve o presidente do Senado, mas isso não é objeto da CPMI. Se há algum problema com Davi, resolvam no plenário da Casa”, afirmou.

Na mesma reunião, o colegiado aprovou a quebra de sigilos de integrantes do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), organização vinculada a José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os alvos estão Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo e atual presidente da entidade; sua esposa, Daugliesi Giacomasi de Souza; e o ex-presidente do sindicato, João Batista Inocentini.

A CPMI também confirmou a convocação de Danilo Trento, que teria recebido valores do empresário Maurício Camisotti, dono do Grupo Total Health — apontado como um dos possíveis beneficiários do esquema de descontos fraudulentos aplicados a aposentados.

Além disso, o colegiado aprovou um novo depoimento do advogado Eli Cohen, responsável por tornar público o esquema de fraudes. O pedido partiu do deputado Duarte Jr. (PSB-MA), que justificou a convocação afirmando ter identificado “inúmeras acusações e citações desconexas” durante o primeiro depoimento, além de “incertezas quanto às intenções do advogado”.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

https://www.correiobraziliense.com.br/webstories/2025/04/7121170-canal-do-correio-braziliense-no-whatsapp.html

Mais Lidas