
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), criticou, nesta quinta-feira (9/10), a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de conceder habeas corpus ao presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), Milton Baptista de Souza Filho. A medida assegura ao depoente o direito de permanecer em silêncio durante a oitiva marcada para esta manhã no Senado.
Antes do início da sessão, Viana falou com a imprensa e classificou a decisão como “estranha” e parte de um “movimento de blindagem” de pessoas próximas ao governo. “Recebi há pouco o segundo habeas corpus emitido pelo ministro Flávio Dino contra esta CPMI. Ele permite que o depoente não fale e não responda absolutamente nada. Estamos diante de um grande movimento de blindagem de pessoas que têm muito o que explicar ao povo brasileiro”, afirmou.
O parlamentar também criticou o alcance da decisão judicial, que, segundo ele, dispensa o juramento de dizer a verdade. “Esse habeas corpus permite que ele nem faça o juramento de falar a verdade, ou seja, pode mentir à comissão. É algo que, no mínimo, causa estranheza”, disse.
Em tom de confronto, o presidente da CPMI afirmou que o colegiado não será paralisado por decisões judiciais e que as investigações já reúnem provas robustas sobre movimentações financeiras suspeitas. “O sindicato desse senhor movimentou mais de R$ 1,2 bilhão, com saques de quase R$ 8 milhões na boca do caixa. São descontos feitos de pessoas que não autorizaram, e esse dinheiro precisa ser explicado. As contas bancárias já falam por si”, destacou.
Operação
Viana mencionou ainda uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira em diversos estados, que, segundo ele, tem relação com as apurações da CPMI e com o Supremo Tribunal Federal. “Ontem estive com o ministro André Mendonça. Trocamos relatórios sobre o que avançamos, e hoje a polícia está executando mandados, inclusive no sindicato desse senhor”, relatou.
O senador afirmou que há uma lista de 20 pessoas com pedidos de prisão sendo analisados e que o grupo investigado teria desviado recursos de aposentados. “São pessoas com dinheiro, vistos e passaportes, que podem fugir a qualquer momento. Temos que agir com rapidez. Já sabemos onde está o dinheiro roubado dos aposentados brasileiros”, completou.
Para Viana, apesar das decisões judiciais, o trabalho da CPMI continuará. “Nada vai nos impedir de chegar ao objetivo de apontar os culpados, onde roubaram, quanto roubaram e para onde foi o dinheiro”, concluiu.
Saiba Mais
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Política
Política
Política