
As ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, comemoraram nesta quinta-feira (6/11) os novos aportes ao Tropical Forest Forever Facility (TFFF) — o Fundo Florestas Tropicais para Sempre —, uma das principais iniciativas lideradas pelo Brasil na COP30, em Belém(PA). O fundo, proposto pelo governo brasileiro, tem o objetivo de gerar rendimentos financeiros a partir de investimentos globais para remunerar os países que preservam suas florestas tropicais, como Brasil, Congo e Indonésia.
Marina Silva celebrou o avanço da iniciativa, destacando que o fundo representa uma virada de paradigma no financiamento ambiental. “O TFFF não é uma doação. Tanto os recursos públicos quanto os privados que forem aportados terão o seu dinheiro de volta. Criamos um mecanismo em que cada dólar de investimento público atrai mais capital privado, garantindo sustentabilidade financeira para a conservação”, afirmou.
Segundo Marina, o Brasil já tem assegurados mais de US$ 5 bilhões em compromissos. “A Noruega fez um aporte de US$ 3 bilhões, o Brasil já colocou US$ 1 bilhão, a Indonésia outros US$ 1 bilhão e a França, US$ 500 milhões. A Alemanha deve anunciar amanhã o valor de sua contribuição. O entusiasmo é grande, porque esta COP significa implementação — transformar promessas em ações concretas para evitar a emissão de CO² e proteger nossas florestas”, acrescentou.
Sônia Guajajara também celebrou o resultado, ressaltando o papel do movimento indígena e das comunidades locais na construção do fundo. “Não teria nada melhor do que começar esta COP com os anúncios dos aportes para apoiar a proteção das florestas do Brasil e do mundo. O Ministério dos Povos Indígenas foi parte fundamental dessa construção,garantindo que pelo menos 20% dos recursos sejam destinados diretamente aos povos indígenas e comunidades locais”, afirmou.
A ministra destacou ainda que o fundo foi elaborado com participação ativa do movimento indígena brasileiro e da Aliança Global de Territórios Comunitários, que integra representantes da Bacia Amazônica, da América Central e da Indonésia. “Com esse mecanismo, conseguimos superar as mudanças de governo e garantir uma estrutura autônoma de governança. Assim, o apoio às florestas tropicais não dependerá mais das mudanças de governo, assegurando continuidade e estabilidade às políticas de proteção ambiental e climática”, completou.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
