Belém

'Espero que a COP30 contribua para empurrar o céu para cima', diz Lula

Durante seu discurso na Cúpula de Líderes da COP30, petista fez referência à crença dos indígenas ianomâmis sobre a queda do céu e o consequente fim do mundo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (6/11) esperar que a COP30 contribua para "empurrar o céu para cima", citando a crença dos indígenas ianomâmis de que os povos indígenas têm a responsabilidade de segurar o céu, e que sua queda representaria a destruição do mundo.

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O petista discursou hoje durante a abertura da Cúpula de Líderes da COP30, realizada em Belém. Ele foi o primeiro chefe de Estado a falar. O evento, que vai até amanhã (7), inicia as negociações oficiais entre das delegações antes do início da Conferência, na segunda (10).

"Entre os povos indígenas Yanomami, que habitam a Amazônia, existe a crença de que cabe aos seres humanos sustentar o céu, para que ele não caia sobre a Terra. Essa perspectiva dá a medida da nossa responsabilidade perante o planeta, principalmente diante dos mais vulneráveis. Mas também reconhece que o poder de expandir horizontes está em nossas mãos", afirmou Lula em sua fala.

"Temos que abraçar um novo modelo de desenvolvimento mais justo, resiliente e de baixo carbono. Espero que esta Cúpula contribua para empurrar o céu para cima e ampliar nossa visão para além do que enxergamos hoje", acrescentou.

A Queda do Céu

O chefe do Executivo fez referência em sua fala aos indígenas ianomâmis, que vivem na Amazônia. A crença ganhou popularidade com o livro A Queda do Céu, publicado em 2010, escrito pelo etnólogo Bruce Albert, com base no relato autobiográfico do líder ianomâmi Davi Kopenawa. Segundo os ianomâmis, se os povos indígenas foram mortos, o céu cairá e trará consigo a destruição do mundo.

A comunidade indígena também sofreu com uma grave crise humanitária entre 2022 e 2023, com casos de fome e doenças, e ainda sofre as consequências do garimpo ilegal na região, apesar das ações do governo federal, desde 2023, para combater os garimpeiros e atender os indígenas.

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