A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, nesta quarta-feira (12/11), o julgamento do núcleo 3 da trama golpista — o grupo é acusado de planos de monitoramento e execução de autoridades. A argumentação da defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, suposto líder do plano intitulado Plano Punhal Verde Amarelo, se sustentou na tese de que o réu não esteve presente em nenhuma das três fases da ação: planejamento, monitoramento e execução.
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O advogado explicou que, seguindo a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR), se Azevedo era “liderança em ações de campo voltadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas”, ele deveria ter participado dessas fases do plano. Porém, por meio de uma apresentação de slides, a defesa apresentou provas de que o tenente-coronel estava em locais distintos nas datas apresentadas pela denúncia da PGR.
“Como que um tenente-coronel, que é liderança, não participa das reuniões de planejamento? Não faz sentido. Se ele é liderança, liderança de monitoramento e neutralização, por óbvio que ele participaria do planejamento. Ele não esteve nas duas reuniões de planejamento. Se ele é liderança de monitoramento, ele acompanharia o monitoramento? Não esteve na fase de monitoramento”, argumentou. Já na fase de execução, o advogado mostrou que, no dia em que ela ocorreria (15/12/2022), era aniversário de Azevedo, e ele estaria jantando em casa com a família, em Goiânia.
Além disso, a defesa investiu no ataque ao delegado da Polícia Federal (PF) responsável pela investigação, Fábio Shor. O advogado concentrou seus argumentos nas ditas deficiências processuais e na ausência de laudos técnicos fundamentais, o que, para ele, torna a investigação a “pior investigação que eu já vi em toda a minha vida”. Para juntar provas, o advogado ressaltou que precisou recorrer aos celulares da esposa do réu, sua irmã e dados da nuvem.
“Eu estou buscando prova diabólica. Que processo penal é esse? Eu estou tendo que usar prova do celular da esposa, prova do celular da irmã, sendo que o delegado tem o celular do Coronel Azevedo nas mãos. Ministro Zanin, isso aqui não aconteceu nem na Operação Lava-Jato”, destacou a defesa.
