O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), reforçou seu posicionamento em defesa do monitoramento integral das comunicações entre detentos e advogados em unidades prisionais de segurança máxima. Ele solicitou, nesta terça-feira (18/11), ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o estado seja admitido como amicus curiae na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7768, movida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), que questiona a legalidade das medidas.
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Para o governador, a regra é indispensável para impedir que lideranças do crime organizado continuem a comandar ações ilícitas mesmo estando dentro das celas. Ele disse ao Correio que os levantamentos feitos no estado provam que as medidas adotadas nos presídios de Goiás vêm reduzindo os casos. “Todos os gráficos e dados estatísticos expostos são a demonstração empírica de que os rigorosos e efetivos controles dos estabelecimentos prisionais, adotados pelo Estado de Goiás, repercutem diretamente na acentuada queda dos índices de criminalidade”, afirmou.
Ele explicou que o estado defende o monitoramento, já aplicado desde o início de sua gestão. “Eu aplico isso. Eu não penso, eu aplico. Se eu tenho segurança em Goiás, é porque o faccionado não tem visita íntima e também porque as audiências todas são gravadas. Por isso é que Goiás não tem crime”, enfatizou, reiterando que a estratégia impede que a cadeia se transforme em um centro de comando do crime organizado.
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O governador frisou que a atuação das facções depende da manutenção de canais de comunicação entre presos e seus integrantes que estão em liberdade. Ele dissse que antes de adotar as iniciativas de segurança, os líderes de facções ordenavam extorsões e até homicídios de dentro de presídios. “O cidadão fica dentro do presídio, eu sou obrigado a dar garantia a ele, e ele fica mandando notícia para fora, mandando matar os outros. Então, ele está numa situação privilegiada”, frisou.
O pedido ao STF menciona algumas ocorrências, como o episódio do Presídio Especial de Planaltina, em 2020, quando o sistema de vigilância ambiental e de gravação de atendimentos permitiu identificar e frustrar um plano de resgate de presos de alta periculosidade, articulado por lideranças criminosas. “Esse isolamento que você impõe é uma queda vertical nos crimes praticados fora”, declarou.
Em agosto, uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest apontou que 74% dos goianos avaliaram a segurança pública como um dos melhores serviços. Mas a administração estadual ressalta que seus dados apontam um índice ainda maior, de 88% de aprovação.
