trama golpista

Viana cobra 'justiça igual para todos', após prisão de Bolsonaro

Senador afirma que o Brasil amanheceu "tenso e inquieto", destacando que a detenção do ex-presidente, inevitavelmente, mexe com a confiança das instituições

Em meio ao cenário político turbulento provocado pela prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) divulgou, neste sábado (22/11), uma longa manifestação em que critica o clima de instabilidade no país, defende tratamento legal adequado ao ex-chefe do Executivo e cobra responsabilidade das instituições. O pronunciamento foi feito horas após a detenção, que provocou reações intensas entre aliados e adversários de Bolsonaro.

Viana afirmou que o Brasil amanheceu “tenso e inquieto”, destacando que a prisão de um ex-presidente “não é um fato comum” e, inevitavelmente, mexe com a confiança das instituições. O senador declarou solidariedade a Bolsonaro e à família, ressaltando que sua posição não se trata de partidarismo, mas da defesa de um processo “justo, transparente e sem exageros”.

Ele também chamou a atenção para a condição do ex-presidente, classificado como “idoso e vulnerável”, afirmando que a legislação prevê tratamento específico nesses casos. Segundo Viana, cumprir essas garantias não representa privilégio, mas o simples respeito ao que determina a lei. Ele criticou autoridades que, em sua avaliação, ignoraram esses direitos: “Quando a lei garante direitos, nenhuma autoridade pode simplesmente ignorá-los”.

O senador avaliou ainda que o Brasil está “cansado de viver sob tensão permanente” e reprovou a postura de setores da política que, segundo ele, utilizam qualquer episódio como palanque para ampliar divisões no país. Para Viana, a esquerda precisa entender que instabilidade não se enfrenta com provocações nem discursos inflamados, mas com responsabilidade.

Em tom de alerta, afirmou que a confiança nas instituições desaparece quando a justiça “começa a parecer seletiva”. “Justiça só é justiça quando vale igualmente para todos”, declarou. Ele disse que decisões de grande gravidade devem se ancorar na legalidade, proporcionalidade e respeito às regras — “sem espetáculo e sem excessos”.

Viana também criticou o que chamou de “interpretações elásticas” da lei, afirmando que o país já vive um ambiente pesado o suficiente. Para ele, não é momento para disputas políticas pequenas ou provocações institucionais, mas de “equilíbrio, firmeza e responsabilidade”.

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O senador encerrou sua declaração defendendo a segurança jurídica como exigência fundamental do país. “Estabilidade só existe quando a lei é cumprida por todos — inclusive por quem tem o poder de interpretá-la e por quem tenta usar a crise para ganhar espaço político”, afirmou. Viana disse que trabalhará para que esse princípio seja respeitado.

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