PRISÃO BOLSONARO

Policiais penais federais são orientados para atuar durante prisão de Bolsonaro

Superintendência da PF se reuniu com grupo especial da Polícia Penal Federal para discutir procedimentos nas instalações em que o ex-presidente está preso. Saúde fragilizada de Bolsonaro é ponto central 

A saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro é o principal argumento da defesa nos pedidos de concessão da prisão domiciliar humanitária. Preso na sala de Estado da Superintendência da Polícia Federal desde sábado, quando tentou violar sua tornozeleira eletrônica, o político tem disponibilidade de atendimento médico em tempo integral, e está na sala de Estado-Maior — uma instalação destinada a ex-presidentes da República e outras autoridades. No dia da prisão, a Superintendência da Polícia Federal se reuniu com o Grupo de Ações Especiais Penais (Gaep), da Polícia Penal Federal (PPF), para discutir a atuação e as medidas de segurança no local. 

A PPF é a autoridade competente no trato com os custodiados. Os servidores receberam instruções sobre as salas em que o ex-presidente poderá receber seus advogados e as visitas autorizadas. Eles foram orientados a manter uma atenção especial em relação à saúde do ex-chefe do Planalto, inclusive, caso ele precise ser transferido para um hospital.

A sala de Estado composta por banheiro reservado, cama, televisão, frigobar, ar-condicionado e uma mesa de trabalho. O local é semelhante ao espaço que abrigou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre 2018 e 2019, em Curitiba (PR). Durante a reunião com o superintendente da Polícia Federal, o Gaep fez um reconhecimento das instalações em que o ex-presidente está para garantir a segurança e as limitações da cela. 

Na decisão que autorizou a prisão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que Bolsonaro deverá ter acesso a tratamento médico em tempo integral — e em regime de plantão — durante o cumprimento de sua prisão preventiva. O ex-presidente apresenta problemas de saúde em decorrência da facada que sofreu em Juiz de Fora (MG), durante a campanha presidencial de 2018.

Jair Bolsonaro foi preso, no sábado, após violar a tornozeleira eletrônica e descumprir outras medidas cautelares impostas pela Justiça. Ele confirmou na audiência de custódia que mexeu no equipamento com solda e alegou que "teve uma certa paranoia” em razão de medicamentos que tem tomado receitados por médicos diferentes e que “interagiram de forma inadequada".  

A desconfiança sobre as intenções de Bolsonaro começou após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar, na noite anterior, uma vigília em frente ao condomínio do pai, em Brasília. Para a Polícia Federal e para o Supremo, o ato poderia colocar em risco a vida de todos os envolvidos, inclusive, das forças policiais, além de acirrar a polaridade política.

Grupo especial 

No âmbito federal, a PPF é autoridade competente para custódia de presos federais, além de ser referência nacional quando se trata do trato com os detentos mais perigosos do país. Recentemente, a instituição atuou na transferência de sete chefes do tráfico do Comando Vermelho para presídios federais, após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais. 

O Gaep tem como objetivo atuar em ações especializadas voltadas à prevenção e resposta a eventos críticos no sistema penitenciário. O grupo é composto por policiais penais federais que passam por um rigoroso processo seletivo. As atividades incluem escoltas aéreas e terrestres, nacionais e internacionais, de custodiados, cargas e autoridades, além de intervenções em crises e ações de altíssimo risco que envolvem a possibilidade de resgate e fuga de presos. 












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