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Pesquisa Datafolha mostra cenário de eleição entre Lula e Flávio Bolsonaro

Levantamento indica desvantagem de até 15 pontos para o senador do PL em eventual segundo turno; Tarcísio e Ratinho Jr. são os mais competitivos, mas ainda atrás do presidente

Flávio Bolsonaro seria derrotado por Lula por ampla margem em um eventual segundo turno nas eleições de 2026, segundo a mais recente pesquisa Datafolha -  (crédito: Foto: Saulo Cruz/Agência Senado e  Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil;Montagem: Wal Lima)
Flávio Bolsonaro seria derrotado por Lula por ampla margem em um eventual segundo turno nas eleições de 2026, segundo a mais recente pesquisa Datafolha - (crédito: Foto: Saulo Cruz/Agência Senado e Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil;Montagem: Wal Lima)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por ampla margem em um eventual segundo turno nas eleições de 2026, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (6/12). O petista aparece com 51% das intenções de voto, ante 36% do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro — diferença de 15 pontos percentuais. O resultado foi divulgado após Flávio ser anunciado pelo pai como potencial rival de Lula na disputa, mas a coleta de dados ocorreu antes do anúncio formal de Flávio, feito na sexta-feira (5).

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O Datafolha entrevistou 2.002 eleitores entre os dias 2 e 4 de dezembro, em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Na comparação com o levantamento anterior, de julho, Lula ampliou ligeiramente a frente sobre o senador: à época vencia por 48% a 37%. O desempenho reforça a leitura de que o sobrenome Bolsonaro pesa negativamente neste momento do ciclo eleitoral.

Cenários de segundo turno

Outros nomes da direita foram testados e aparecem mais próximos de Lula, embora também atrás. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), perderia por 47% a 42%. O paranaense Ratinho Jr. (PSD) registra 41% contra 47% do presidente.

Entre os integrantes do clã Bolsonaro, os resultados seguem desfavoráveis. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cai de 37% para 35% frente a Lula, que sobe de 49% para 52%. Michelle Bolsonaro (PL-DF) perde por 50% a 39%.

O instituto ainda simulou uma disputa direta entre Jair Bolsonaro e Lula, considerando o período anterior a eventual indeferimento de candidatura. Nesse cenário, a vantagem do ex-presidente diminuiu após a condenação e prisão: de 47% a 43% para 49% a 40% em favor de Lula. As chances de Bolsonaro concorrer, contudo, são avaliadas como nulas.

Primeiro turno

No primeiro turno, Lula mantém a liderança folgada. Em um dos cenários testados, o presidente tem 41%, seguido por Flávio Bolsonaro (18%), Ratinho Jr. (12%), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) (7%) e Romeu Zema (Novo-MG) (6%). O desempenho de Eduardo repete o do irmão.

Quando Michelle entra na simulação, há melhora para a família: Lula segue com 41%, enquanto ela chega a 24%. Ratinho Jr. marca 10%, Caiado 6% e Zema 5%.

Com Tarcísio candidato, Lula aparece novamente com 41% e o governador paulista alcança 23%. Ratinho Jr. tem 11%, Caiado 6% e Zema 3%.

Os números indicam que, no retrato atual, a direita caminha fragmentada e tende a apostar na recomposição apenas no segundo turno, quando alianças costumam ser negociadas.

Rejeição

A rejeição consolida o diagnóstico. Jair Bolsonaro e Lula estão tecnicamente empatados no topo, com 45% e 44% dos eleitores dizendo que não votariam neles de forma alguma. Entre os herdeiros políticos, as taxas também são elevadas: Flávio tem 38%, Eduardo 37% e Michelle 35% de rejeição.

Os governadores aparecem em patamar mais baixo: Zema e Ratinho Jr. registram 21%, Tarcísio 20% e Caiado 18%. A menor rejeição, combinada ao desempenho nos cenários, ajuda a explicar por que Tarcísio e Ratinho Jr. despontam como os nomes mais competitivos da direita, ainda que insuficientes para ultrapassar Lula neste momento.

Perspectivas

A pesquisa ocorre em meio à resistência de partidos do chamado centrão — como MDB e PSD — à escolha de Flávio, enquanto as bancadas avaliam alternativas próprias. Para Lula, o cenário é confortável na largada, mas não sem alertas: a reprovação ao governo alcança 38%, e a aprovação, 32%, ambos estabilizados. O Planalto vê nos indicadores sinais de que o favoritismo depende da capacidade de reduzir rejeição e ampliar alianças até o “tira-teima” de outubro de 2026.

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Por Wal Lima
postado em 06/12/2025 15:48
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