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Última temporada de 'Bom dia, Verônica' chega à Netflix essa semana

Com três episódios, a nova temporada traz Verônica na caçada final por Doúm, o grande chefe do esquema criminoso da série

BOM DIA, VERONICA. (L to R) Tainá Müller as Verônica, Rodrigo Santoro as Jeronimo in Bom Dia, Verônica - Season 3. Cr. Alisson Louback / Netflix © 2024 -  (crédito: Alisson Louback/Divulgação)
BOM DIA, VERONICA. (L to R) Tainá Müller as Verônica, Rodrigo Santoro as Jeronimo in Bom Dia, Verônica - Season 3. Cr. Alisson Louback / Netflix © 2024 - (crédito: Alisson Louback/Divulgação)
postado em 12/02/2024 10:10 / atualizado em 12/02/2024 10:11

A saga de Verônica Torres chega ao fim. Nesta quarta-feira, a Netflix libera a terceira e última temporada da série brasileira policial Bom dia, Verônica, que acompanha a policial na investigação contra um gigantesco esquema criminoso de abuso e tráfico internacional de mulheres. O lançamento conta com três episódios intensos que prometem desmascarar Doúm, o grande vilão por trás dessa máfia. Dessa vez, mais do que nunca, as vidas de Verônica e das pessoas que ela mais ama são colocadas em perigo.

Protagonizada por Tainá Müller no papel da policial Verônica, a nova temporada é marcada pela entrada de Rodrigo Santoro, como Jerônimo — um eugenista criador de cavalos milionário —, e Maitê Proença, como Diana, misteriosa mãe dele. Os caminhos dos três se cruzam em uma cidade do interior enigmática que carrega respostas para importantes perguntas de Verônica, já que o local sedia o orfanato onde Brandão (Eduardo Moscovis) e Matias (Reynaldo Gianecchini) — vilões da primeira e da segunda temporada, respectivamente — cresceram.

Outros personagens que passaram pela trama também estão presentes nesse desfecho, como Ângela (Klara Castanho), Victor Prata (Adriano Garib), Glória (Ester Dias), Carol (Liza Del Dala), Lila (Alice Valverde), Paulo (César Mello), Rafael (DJ Amorim) e Lima (Johnnas Oliva). A série tem direção de José Henrique Fonseca e roteiro de Raphael Montes.

Quem é Jerônimo?

Rodrigo Santoro aterrissa no estúdio da terceira temporada de uma série que estava a toda velocidade. Em coletiva, ele conta que o principal desafio foi "entrar nesse bonde sem destoar" com uma personagem forte como Jerônimo. Para isso, ele e Tainá Müller participaram de reuniões on-line com Raphael Montes — autor do livro que dá origem à série em parceria com Ilana Casoy — para fazer a leitura e a adaptação das cenas.

Ele conta que cada elemento do personagem foi estudado e definido por meio de um cuidado artesanal. "O Raphael estava muito aberto para nossa colaboração, então a gente pôde pensar em como moldar as cenas, essa relação com a Verônica do Jerônimo. Quem é o Jerônimo? Ele sempre esteve ali, mas a gente não ouviu falar dele. E aí, como é que a gente apresenta esse universo?", explica Santoro.

Para esse papel, o ator passou por uma grande preparação física e mental. Além de assistir às temporadas anteriores para entender melhor o tom da série, ele passou por mudanças estéticas, como dietas, ginástica e deixou o cabelo crescer. Ele também buscou referências, na vida real, de perfis na internet de pessoas que aparentavam ter uma conduta semelhante à do Jerônimo. "Então, é muito triste você pensar que aquilo não é exatamente uma ficção", reflete o artista.

Conhecido internacionalmente, principalmente pela participação na série Lost, Santoro afirma que a temática de Bom dia, Verônica foi o que mais o atraiu para essa aventura: "O que me despertou maior paixão nesse projeto foi a temática que a série levanta e a importância do que está sendo discutido".

Discussão séria e urgente

A violência contra mulher é o tema central da série, que também passa por corrupção da polícia e das igrejas. Por se tratar de um assunto discutido e vivenciado não só no Brasil, mas por todo o mundo, a série, inclusive, ocupou o Top 10 mundial da plataforma da Netflix. "Essa reverberação tem a ver com esse espelho, com essa identificação, com esse desejo de reparação, e isso está ali latente na primeira, na segunda e na terceira temporada", analisa Santoro.

A abordagem de assuntos como esse — em espaços como o da Netflix, em que o alcance passa por cerca de 190 países — é de extrema importância, pois, ao criticar a realidade, a discussão e a mudança tornam-se mais prováveis. "Quase todo dia que eu saio na rua, uma mulher vem e me agradece pela série, é uma coisa que eu não estava esperando", conta Tainá Müller. Ela relembrou, em coletiva, o dia em que uma mulher contou como a série salvou a vida dela: "Eu precisei ver com os meus olhos ali o ciclo da violência para saber que eu estava vivendo isso".

Anti-heroína

Em coletiva, Tainá Müller comentou sobre Verônica caminhar cada vez mais na direção de uma personagem de história em quadrinhos, como uma alegoria da realidade. "E todos eles têm muitas contradições. Eu acho que a gente está diante de uma heroína ou anti-heroína, para quem prefere chamar, com todas as suas luzes e suas sombras", explica a artista.

Além disso, Verônica é uma personagem movida pelo sentimento de justiça e revolta, algo que, segundo Tainá, representa a indignação e a raiva de todas as mulheres. "É uma revolta real de todas as mulheres que saem na rua com medo de serem presas. Estamos em estado de alerta constante. Nunca se sabe se, quando a gente sai na rua, a gente vai voltar ou se vai acontecer alguma coisa no mínimo desagradável conosco", destaca Tainá.

Nascida no Rio Grande do Sul, Tainá estuda o feminismo há muito tempo e, ao se deparar com o papel de Verônica, viu uma oportunidade de fazer algo para ajudar as mulheres. Segunda ela, apesar de ser um assunto que envolve uma responsabilidade grande, a experiência de protagonizar nesse papel a empoderou. "Ela me deixou com autoconsciência da minha potência e da minha força, porque ela me desafiou em lugares que eu não tinha sido desafiada com atriz ainda", completa.

O contrário também é verdadeiro. Ela afirma que muitos traços da própria personalidade estão presentes em Verônica. Além do ativismo, o espírito investigativo foi utilizado na série. Para a personagem, Tainá estudou o funcionamento de investigações que envolvem mulheres. "Aprendi como se investiga um caso e vi muitos casos reais ali. Quando a gente sabe que tudo que está retratado ali não é fora do planeta, são coisas que de fato acontecem, que sempre têm um fundo de realidade, ou pior, que eu vi acontecendo em Bom dia, Verônica e depois vi a notícia igual, isso traz um peso para mim", explica.

Vale lembrar que Tainá é uma mulher falando sobre um assunto tão delicado para as mulheres. "Voltei para a terapia, essas coisas que a gente faz para a gente ficar bem, né?", brinca. "Mas, ao mesmo tempo, uma satisfação na hora de ter cumprindo uma missão bonita de fazer uma série de sucesso. Principalmente, uma temática que precisa seguir sendo debatida como seriedade".

*Estagiária sob à supervisão de Sibele Negromonte.

 


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