Bichos

Tecnologia protege pets com novos métodos de identificação

Microchip e RG para bichinhos de estimação impulsionam reencontros, servem como prova legal e ajudam a garantir a segurança de tutores e seus animais

Aplicação da identificação é rápida e segura -  (crédito: Fotos: Reprodução/Pinterest )
Aplicação da identificação é rápida e segura - (crédito: Fotos: Reprodução/Pinterest )

Perder um animal está entre os maiores medos de quem tem um bichinho em casa. Essa situação se torna ainda mais angustiante pelos tutores não saberem onde procurar ou não conseguirem provar a posse do pet. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 30 milhões de cães e gatos vivem em situação de abandono no Brasil, muitos deles desaparecidos de suas famílias por acidentes, fugas ou furtos. Para reduzir esses números, os tutores apostam no Sistema Nacional de Cadastro de Animais Domésticos (SinPatinhas) e no microchip, que funcionam como uma identidade oficial e permanente do animal.

Além da proteção legal, o microchip aumenta as chances de reencontro dos pets. Um estudo da American Animal Hospital Association (AAHA) em 53 abrigos nos Estados Unidos mostraram que 72,2% dos animais microchipados foram devolvidos aos tutores, contra índices muito menores entre animais sem chips. Cães com chips tiveram taxa de retorno de 52,2%, enquanto os sem chip ficaram em apenas 21,9%. Entre os gatos, os números impressionam ainda mais: 38,5% de retorno para os microchipados contra apenas 1,8% dos não chipados. Dados mais recentes da Humane Association confirmam o efeito positivo, o chip praticamente triplica as chances de reencontro.

Único e intransferível 

Segundo o médico veterinário Luiz Fernando Cury, o microchip é uma pequena cápsula do tamanho de um grão de arroz, implantada sob a pele, geralmente na região do pescoço. "Coleiras podem ser tiradas ou se perderem, mas o chip fica encapsulado no animal por toda a vida", explica.  O dispositivo em si não guarda todas as informações, apenas um número único e intransferível, que deve ser vinculado aos dados do tutor em bancos de dados específicos. 

O veterinário defende que os pets que normalmente não saem de casa também devem ser microchipados, pois imprevistos, como um portão aberto ou um possível furto, podem acontecer. "Se eu precisar provar judicialmente que aquele cachorro é meu, sem identificação oficial, isso se torna muito difícil", reforça.

A aplicação é rápida, feita com uma agulha um pouco mais grossa que a de vacinas, e não exige anestesia. Apesar de não ter idade definida, o implante do dispositivo eletrônico costuma ocorrer a partir dos primeiros meses de vida ou após o protocolo de vacinação do animal. O custo varia entre 80 e 150 reais, pago apenas uma vez, já que o microchip dura a vida inteira.

Grandes desafios

Além do microchip, existe o SinPatinhas, documento digital que reúne nome, foto, raça, dados do tutor, vacinas e número do microchip. O médico veterinário Leonardo Rubinger explica que, além de servir como prova de tutoria, o RG Pet agiliza atendimentos de emergência, facilita viagens internacionais e ajuda em mudanças de cidade ou estado. 

SinPatinhas reúne dados e número no chip do animal
SinPatinhas reúne dados e número no chip do animal (foto: Reprodução/Governo do Brasil)

No entanto, o Brasil ainda carece de um banco de dados nacional unificado que centralize todas as informações dos chips. "Hoje, quando leio um microchip, só vejo o número. Se o tutor não mantiver os dados atualizados no sistema em que registrou, fica difícil localizar", explica Luiz Fernando. 

A preocupação dos tutores tem fundamento: os casos de furto e roubo de pets cresceram 6,3% entre 2021 e 2023, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nesse contexto, o microchip funciona como ferramenta jurídica para comprovar a propriedade legítima do animal, um detalhe que pode fazer toda a diferença.

Contudo, ao contrário do que muitos acreditam, o microchip não tem função de GPS e não permite rastrear o pet em tempo real. O dispositivo serve apenas como identificação oficial, que pode ser lida por leitores específicos em clínicas veterinárias, ONGs e órgãos de fiscalização. "É comum os tutores acharem que o chip localiza o animal, mas a função é exclusivamente de registro de identidade", ressalta Leonardo.

Hoje, além de cães e gatos, o microchip já é usado em cavalos, coelhos, aves e até répteis. Em casos de venda legal de animais silvestres, por exemplo, o chip é requisito obrigatório para garantir a procedência. Com custo acessível, aplicação rápida e taxas comprovadas de retorno de animais perdidos, o microchip e o RG Pet se tornam estratégias concretas de proteção, segurança e tranquilidade para tutores que querem garantir que seus pets tenham uma identidade única por toda a vida.

 

Benefícios da identificação nos pets 

Maior segurança: aumenta as chances de reencontro em caso de perda ou roubo;

Identificação oficial: comprova a propriedade e identidade do pet;

Facilita atendimentos: permite acesso rápido às informações de saúde e contato do dono;

Prevenção contra o abandono: com a identificação oficial, os donos são mais propensos a se responsabilizar pelos pets e a evitar abandonos;

Facilita a adoção: o SinPatinhas e o microchip garantem que o novo dono tenha acesso às informações mais importantes sobre o pet.

*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira

 

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postado em 27/07/2025 06:00 / atualizado em 27/07/2025 14:19
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