
Entre mesas fartas, decorações exuberantes e visitas que agitam a casa, o Natal reúne parentes e amigos para celebrar uma das épocas mais especiais do ano. Para quem tem animais de estimação, a festividade se torna ainda mais mágica. Cada vez mais presentes na rotina das famílias, cães e gatos ganharam espaço nas comemorações de fim de ano — e há quem prepare tudo com o mesmo carinho de uma festa humana.
Empresas de pet shop e creches animais também promovem essa energia mágica com adereços clássicos, dias temáticos e venda de presentes e petiscos para uma ceia apetitosa. "O objetivo é proporcionar bem-estar e alegria aos cães, com uma rotina diferente e experiências positivas. A ideia é que os pets vivam o Natal também, assim como a família deles", afirma Daniella Madeu, veterinária comportamentalista e fundadora do Patrulha Pet Resort.
O hotel, que também oferece serviços de adestramento e escola, prepara uma festa especial e completa para os animais, com atividades temáticas, enriquecimento sensorial com cheiros e texturas natalinas, brincadeiras e um momento de pura fofura com o Papai Noel. "Ao final do expediente, os tutores também recebem lembrancinhas especiais", conta.
Além das atividades lúdicas, os animais participam da ceia de Natal. "Os alimentos oferecidos são naturais, seguros e desenvolvidos com orientação veterinária." Segundo Daniella, a oferta desses serviços torna os cães mais curiosos, afetivos e sociáveis. "Eles passam a criar vínculos fortes com a equipe e com o ambiente."
Outra empresa que entra no clima natalino é a Lambeijo Pet Store. A veterinária e proprietária, Fabiana Cimino, relata que o movimento aumenta muito com a chegada do fim de ano. A equipe decora a loja e coloca acessórios nos pets, como laços, bandanas e adesivos vermelhos e verdes — cores tradicionais da festividade. "Os tutores ficam felizes, agradecem a equipe e falam que os pets estão lindos e cheirosos."
Segurança dentro de casa
Para os pets que vão festejar em casa, a celebração deve ser pensada com responsabilidade e segurança. Interação social exagerada, decorações brilhantes e alimentos perigosos podem trazer sérios riscos aos bichinhos. "O período das festas é cheio de estímulos diferentes para cães e gatos. Sons, cheiros, pessoas desconhecidas e alterações na rotina podem gerar estresse, ansiedade ou até acidentes domésticos", afirma o veterinário Frederico do Vale.
Leia também: Empresas e profissionais transformam o dia a dia de pessoas autistas com adaptação e empatia
Para uma festa tranquila, o profissional recomenda manter os pets em um ambiente reservado, longe da movimentação intensa. "Reserve um cômodo da casa onde o animal se sinta confortável, com água fresca, brinquedos e um lugar para dormir." Além disso, deve-se evitar deixar portas e portões abertos, já que fugas são comuns em momentos de agitação.
Frederico também alerta para os perigos das decorações. "Fios elétricos, enfeites e velas podem causar choques, queimaduras ou ingestão acidental de objetos. Na hora da montagem da árvore, escolha um local estável para evitar que ela caia, caso o pet resolva explorar a área. Não use bolas de vidro ou enfeites pontiagudos, e evite os enfeites pequenos", orienta.
Ceia e barulhos
No momento da refeição, Frederico lembra que o metabolismo de cães e gatos é diferente do humano e que existem muitos alimentos tóxicos comuns na ceia natalina. "Chocolate, uvas, uvas-passas, cebola, alho, temperos prontos, fígado, ossos cozidos e gorduras podem causar sérios distúrbios digestivos", afirma.
Caso o tutor queira incluir o pet na hora da ceia, o veterinário recomenda oferecer petiscos próprios para animais ou preparar algo simples, como peito de frango cozido sem sal nem tempero e legumes cozidos, como cenoura, abobrinha ou chuchu. "O ideal é sempre consultar o médico veterinário antes de introduzir qualquer alimento novo".
Leia também: Tudo o que você precisa saber para viajar com animais de estimação
Diante de músicas altas, sons intensos e fogos de artifício, o tutor deve preparar o ambiente com isolamento acústico parcial, incluindo janelas fechadas, cortinas, som ambiente suave e refúgios seguros, como caixas de transporte ou cobertores com o cheiro familiar do tutor.
"Esses barulhos podem causar crises de pânico, tremores e até fugas. Identificar o animal com coleira e plaquinha atualizada é essencial, pois aumenta muito as chances de retorno em caso de escape", orienta Frederico. Para casos mais intensos, o veterinário recomenda terapias comportamentais, feromônios sintéticos e medicações ansiolíticas, sempre com prescrição profissional.
Natal em família
Stephanie Bublitz, tutora da spitz Georgina, faz questão de aplicar todos esses cuidados nas comemorações e incluir a cadela em cada detalhe da festa. Para ela, o clima do Natal muda completamente com a presença do animal. "É muito especial ver a Georgina curtindo junto e vendo que ela tá participando do momento. A festa se torna mais divertida e alegre com a presença dela", conta.
A participação do pet se torna ainda mais significativa com os costumes da época. No Natal, Georgina é presenteada com uma roupinha e uma ceia preparada especialmente para ela. "Ela ama brócolis e alface, e toda a família sabe disso. Durante a ceia, ela participa comendo o prato preferido dela."
Neste ano, a data ganha um significado ainda mais forte. Stephanie relata que perdeu um animal recentemente e, por isso, aprendeu a valorizar os momentos com os bichos de forma mais intensa. "A vida do pet é curta e passageira. Agora, valorizo mais as datas em que posso incluir a Georgina. Sempre que puder, vou fazer com que ela participe", finaliza.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
Saiba Mais

Revista do Correio
Revista do Correio
Revista do Correio