TECNOLOGIA

Inteligência artificial: por que chefe do Google recomenda que pessoas verifiquem respostas do chatbot da própria empresa

A página inicial de Bard afirma que tem "limitações e nem sempre acertará", mas não repete o conselho de que todos os resultados devem ser verificados usando mecanismo de pesquisa

BBC
Tom Singleton - Repórter de tecnologia da BBC News
postado em 28/07/2023 08:25 / atualizado em 28/07/2023 08:25
Empresa diz que usuários devem verificar precisão das respostas fornecidas pela Bard com seu mecanismo de busca tradicional -  (crédito: Getty Images)
Empresa diz que usuários devem verificar precisão das respostas fornecidas pela Bard com seu mecanismo de busca tradicional - (crédito: Getty Images)

O Google diz que as pessoas devem usar seu mecanismo de busca para verificar se as informações fornecidas por seu chatbot de inteligência artificial, Bard, são realmente precisas.

Alguns sugeriram que chatbots como Bard e ChatGPT poderiam "matar" a pesquisa tradicional, que é dominada pelo Google.

Mas os usuários descobriram que as informações fornecidas por esses chatbots podem estar erradas ou até mesmo serem totalmente inventadas.

A chefe do Google no Reino Unido, Debbie Weinstein, disse que o Bard "não é realmente o lugar onde você procura informações específicas".

Em entrevista ao programa Today da BBC, ela falou que a ferramenta deveria ser considerada um "experimento" e mais adequada para "colaboração em torno da solução de problemas" e "criação de novas ideias".

"Estamos encorajando as pessoas a realmente usar o Google como mecanismo de busca para realmente consultar as informações que encontraram", assinalou.

Weinstein apontou que os usuários tiveram a oportunidade de dar feedback sobre as respostas que Bard deu a eles por meio de botões de "curtidas".

A página inicial de Bard também afirma claramente que tem "limitações e nem sempre acertará", mas não repete o conselho de Weinstein de que todos os resultados devem ser verificados usando um mecanismo de pesquisa tradicional.

Quando o ChatGPT entrou em cena em novembro de 2022, muitos questionaram se o negócio de pesquisa incrivelmente lucrativo do Google poderia estar sob ameaça.

Também alimentou um debate mais amplo sobre como a inteligência artificial (IA) — que alimenta os chatbots — poderia remodelar o mundo do trabalho ou até mesmo ameaçar o futuro da humanidade, iniciando uma corrida regulatória global da IA.

Outros sugeriram que a ameaça que a IA representa foi exagerada e o debate em torno dela se tornou histérico — um argumento que parece reforçar a afirmação da chefe do Google de que o Bard não é confiável nem mesmo para realizar tarefas básicas de pesquisa.

Por outro lado, também foram destacadas oportunidades econômicas que a IA pode oferecer.

Mas o Google diz que muitos usuários ainda não sabem como usar os chatbots.

A empresa divulgou um relatório dizendo que o interesse de pesquisa em IA atingiu um recorde histórico no Reino Unido no primeiro semestre de 2023, com a pergunta "como" mais pesquisada sendo "como ganhar dinheiro com IA".

Outro destaque de busca é "como a IA pode ajudar uma empresa?".

Para ajudar a lidar com essa falta de conhecimento, o Google está lançando uma série de treinamento online gratuita chamada New Fundamentals, que, segundo ela, pode oferecer às pessoas e empresas "habilidades práticas e conhecimento para capturar os incríveis benefícios da IA".

No relatório, a gigante da tecnologia também destaca o que chama de "uma falta crítica de habilidades tecnológicas no Reino Unido", que — se não for mitigada — "continuará sendo uma barreira obstinada ao crescimento nacional equitativo, especialmente à medida que a demanda por IA e outros conhecimentos tecnológicos sobe".

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/crg2xlr2xpjo

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