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Albânia quer eliminar o uso de dinheiro vivo até 2030


A Albânia anunciou um plano ousado: eliminar totalmente o uso de dinheiro em espécie até 2030 e se tornar a primeira sociedade totalmente digital da Europa. O projeto, chamado Albânia 2030, foi apresentado pelo primeiro-ministro Edi Rama, que considera a meta “inteiramente alcançável” e afirma que a mudança permitirá ao país “se libertar do pesado fardo de práticas ultrapassadas”.

Por Lance
© European Union, 2025, CC BY 4.0, via Wikimedia Commons

Apesar da ambição, especialistas alertam para obstáculos significativos. O ex-ministro das Finanças Arben Malaj destacou que “uma alta porcentagem da população vive em áreas rurais”, onde o uso de dinheiro físico ainda é predominante e o acesso à tecnologia é limitado.

President.gov.ua, CC BY 4.0, via Wikimedia Commons

Saiba, então, um pouco mais da história e das atrações deste incrível país da Península Balcânica. A Albânia é conhecida como o 'País das Águias' devido ao seu nome em albanês: Shqipëri (ou Shqipëria), que significa literalmente 'Terra das Águias'.

wikimedia commons/Kolomaznik

O Dia Nacional da Albânia, celebrado em 28 de novembro, é em alusão à independência do país, proclamada por Ismail Qemali em 1912. O dia também remonta à primeira libertação da Albânia, em 1443, comandada pelo herói nacional, Skanderbeg.

Kris Hodaj wikimedia commons

Ele, que liderou a resistência contra o Império Otomano, conquistando a liberdade para os albaneses por um período significativo, é um símbolo do orgulho nacional, representando a mais que secular luta contra os otomanos.

Domínio Público - Wikimédia Commons

A Albânia, aliás, tem 3 milhões de habitantes e uma extensão territorial de 28 mil km². Montanhosa e com paisagens espetaculares, tem as costas banhadas pelo Mar Adriático e Jônico. Sua história remonta aos tempos da Ilíria, com o nome da Albânia surgindo por volta de 100 a.C. com a tribo Albanoi, conforme registrado por Ptolomeu, o geógrafo grego.

- Roland Unger/Wikimédia Commons

A Albânia foi, ao longo dos séculos, influenciada por várias culturas, incluindo a romana, bizantina e, mais tarde, o Império Otomano, que dominou o país por séculos. Durante a Idade Média, Veneza controlou os principais portos albaneses, como Durazzo e Scutari, enquanto os otomanos expandiram seu domínio para o interior.

Domínio Público/Wikimédia Commons

Ao longo dos séculos, a população albanesa experimentou uma conversão em massa ao Islã, sendo que hoje dois terços da população são muçulmanos, com os demais sendo ortodoxos ou católicos. O herói nacional Skanderbeg, após desertar das forças otomanas em 1443, proclamou-se soberano dos albaneses e resistiu com bravura até sua morte em 1468.

Youtube/Flags Of The World

Embora sua morte tenha marcado o fim da resistência organizada, o espírito de luta e autonomia dos albaneses continuou. Séculos depois, a independência da Albânia foi consolidada em 1912, mas as disputas territoriais com os países vizinhos, como a Sérvia, Montenegro, Bulgária e Grécia, resultaram em grandes perdas territoriais, com a anexação do Kosovo pela Sérvia.

Reprodução/ Davidsbeenhere

Apesar disso, a Albânia foi reconhecida como um estado independente pelas potências europeias em 1919, após a Primeira Guerra Mundial. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Albânia foi ocupada pela Itália e, posteriormente, pela Alemanha, mas após a guerra, passou a ser uma República Popular, adotando um regime comunista sob o governo de Enver Hoxha, que governou com mão de ferro até sua morte em 1985.

Domínio público

Hoxha implementou uma política de isolamento radical, com paranoia sobre possíveis invasões e a construção de mais de 170 mil bunkers no país. Esse período de opressão e pobreza deixou marcas profundas, mas também levou à criação de uma identidade nacional resistente.

Fingalo wikimedia commons

Após a queda do regime comunista nos anos 1990, a Albânia passou por uma transição política, aproximando-se de organizações internacionais, como a OTAN, à qual aderiu em 2009. No campo do turismo, a Albânia tem se tornado um destino crescente, com sua capital Tirana passando por uma renovação significativa desde os anos 2000.

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Edi Rama, que foi prefeito da cidade e também é artista, liderou um movimento de embelezamento da cidade, transformando prédios cinzentos da era comunista em obras vibrantes de arte pública. Tirana agora é uma cidade com uma atmosfera energética, onde a arte e a história se encontram, incluindo museus como os 'Bunk'Art', que ocupam antigos bunkers e são dedicados à história recente da Albânia.

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Além da capital, a Albânia oferece uma rica herança histórica, com locais como os antigos sítios ilírios e romanos, além de lindas paisagens naturais. Os albaneses são conhecidos por seu acolhimento caloroso, o que torna a visita ao país ainda mais agradável.

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O Parque Nacional de Llogara, as Ruínas de Butrint (PatrimÎnio Mundial da UNESCO) e a cidade costeira de Saranda são apenas algumas das maravilhas naturais e históricas que atraem turistas de todo o mundo.

Karelj, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Localizada no sul da Albânia, Saranda é uma cidade famosa por suas belas praias e proximidade com o Parque Arqueológico de Butrint, um Patrimônio Mundial da UNESCO.

Julianruizp, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

A gastronomia albanesa é outra atração para os visitantes, com pratos típicos que refletem a diversidade cultural do país, combinando influências mediterrâneas e orientais. Apesar de ser uma nação pequena, a Albânia tem um grande potencial turístico, com uma mistura única de história, cultura, paisagens naturais e modernidade.

Klea E. A.*, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Apesar de ainda enfrentar desafios econômicos, sendo uma das nações mais pobres da Europa, a Albânia quer seguir sua crescente na integração no cenário internacional e uma economia em desenvolvimento. Assim, continua a se afirmar como um destino turístico fascinante e um símbolo de resistência e renovação.

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