Animais

Leão interrompe ataque e salva hiena prestes a parir


As câmeras de um novo documentário da BBC sobre vida selvagem registraram uma cena que surpreendeu até a própria equipe: uma hiena prestes a dar à luz escapou de um ataque fatal quando um leão, em vez de concluir a investida, interrompeu a ação de forma inesperada.

Por Flipar
Reprodução de vídeo/redes sociais

A produção, elaborada ao longo de cinco anos, mostra o cotidiano de diferentes famílias de carnívoros africanos e deixa claro que, na natureza, nem tudo ocorre conforme o esperado.

Reprodução de vídeo/redes sociais

O produtor executivo comentou que nenhuma equipe conseguiria planejar um enredo tão improvável, reforçando como as relações entre esses animais são complexas, tensas e, muitas vezes, totalmente fora dos clichês construídos ao longo do tempo.

Reprodução de vídeo/redes sociais

Esse episódio dramático, afinal, abre espaço para revisitar a imagem da hiena, um animal que costuma carregar um estigma até mesmo injusto.

Imagem de Carole Henderson por Pixabay

A figura da hiena atravessou séculos cercada por histórias negativas. Literatura, folclore e representações culturais reforçaram a ideia de um bicho traiçoeiro que vive apenas de restos deixados por outros predadores.

Imagem de Silvia Schenk por Pixabay

Porém, essa visão nada tem a ver com o comportamento real do grupo. O que mais se aproxima da verdade é que as hienas estão entre os caçadores mais eficientes da África e exibem estruturas sociais tão complexas quanto as de primatas.

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Em comunidades onde há fêmeas dominantes, os filhotes dessas líderes já nascem com posição social elevada, lembrando modelos de sucessão semelhantes aos de monarquias.

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Pesquisadores que acompanham hienas no leste da África ressaltam que a má reputação delas tem pouco fundamento. A aparência peculiar e a vocalização incomum ajudam a alimentar o preconceito. O som que popularmente chamamos de risada está longe de ser sinal de malícia.

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Ele tem funções variadas, como coordenar movimentos do grupo quando enfrentam leões, comunicar estado físico ou indicar a localização de outros membros do clã. Curiosamente, esse tipo de vocalização predominante é exclusivo das hienas malhadas, espécie que vive em regiões do leste e sul do continente.

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Atualmente são reconhecidas três espécies de hienas: marrom, listrada e malhada. Elas podem viver em áreas da África e da Ásia e compartilham algumas características marcantes, como a mandíbula extremamente forte, capaz de quebrar ossos com facilidade.

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O corpo apresenta membros anteriores mais altos que os posteriores, o que confere uma silhueta inclinada e um modo de andar bastante característico. A pelagem pode variar de tons claros a escuros e as orelhas podem ser arredondadas ou mais pontiagudas, dependendo da espécie.

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As diferenças entre elas não se limitam à aparência. As hienas malhadas, por exemplo, formam grandes grupos chamados clãs. Esses clãs reúnem dezenas ou até mais de cem indivíduos em regiões onde há muita oferta de presas.

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A vida social é sofisticada e o comando é mantido por uma fêmea alfa. As listradas, por outro lado, geralmente vivem de forma mais solitária. Já as marrons apresentam grupos menores e hábitos variados conforme o ambiente.

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Os clãs são formados principalmente por fêmeas que permanecem no grupo ao longo da vida. Os machos jovens, ao atingirem a puberdade, costumam deixar a comunidade e só retornam ou se aproximam de algum clã em períodos de acasalamento ou quando conseguem aprovação das fêmeas para permanecer.

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A marcação territorial é feita por ambos os gêneros por meio de secreções liberadas por glândulas próximas à região anal, que deixam odor forte na vegetação. Além de predadoras habilidosas, as hienas desempenham papel ecológico essencial.

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Quando se alimentam de carcaças, aceleram a decomposição, evitando a contaminação de cursos d água e a proliferação excessiva de insetos que se multiplicariam na carne em decomposição.

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Ao roubar presas de outros grandes carnívoros, também interferem no equilíbrio das populações de herbívoros. Assim, longe de serem animais maléficos, contribuem de forma decisiva para o funcionamento saudável dos ecossistemas.

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