Economia

Cidade da Nigéria recicla meio milhão de pneus por dia; saiba a origem da borracha


A cidade de Lagos, na Nigéria, abriga uma operação descrita pelo site Free Recycle que transforma até 500 mil pneus por dia em pisos duráveis usados em áreas públicas. A empresa começa recolhendo pneus que antes ocupavam aterros e oficinas.

Por Flipar
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Depois, remove o aço interno, tritura a borracha e devolve o material à cidade em peças resistentes. O trabalho ocorre em um contexto global de descarte anual de quase 1 bilhão de pneus e de dificuldade técnica para reciclar um item criado para durar muito.

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Criada em 2018, a Free Recycle aposta em agregar valor a um resíduo abundante em um país mal colocado em índices de sustentabilidade.

A história da borracha, aliás, começa com as civilizações nativas das Américas. Povos da Amazônia utilizavam o látex extraído da seringueira para criar objetos como bolas e revestimentos impermeáveis, há mais de 3 mil anos.

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Quando os exploradores espanhóis chegaram à América no século XVI, observaram os nativos usando o látex. A palavra 'borracha' vem do espanhol 'caucho', derivada da palavra quechua para o material.

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Essas civilizações usavam o látex misturado com suco de plantas para produzir bolas elásticas para jogos cerimoniais e sandálias resistentes. O material já era amplamente integrado à cultura mesoamericana. No século XVII, a borracha foi levada para a Europa, onde inicialmente teve pouco uso prático.

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Sua principal aplicação era apagar marcas de lápis, dando origem ao nome 'borracha' em português. Durante os séculos XVII e XVIII, europeus experimentaram o látex para fabricar impermeáveis e garrafas. Entretanto, o material se degradava rapidamente.

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Em 1839, Charles Goodyear descobriu a vulcanização, processo que transforma o látex em borracha mais resistente. Essa descoberta revolucionou o uso e ampliou sua aplicação industrial. No final do século XIX, a borracha tornou-se essencial para indústrias.

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Exemplos são a automobilística, na fabricação de pneus, e a elétrica, em fios e isolamentos. Isso aumentou a demanda pelo produto. Entre 1879 e 1912, a Amazônia viveu o Ciclo da Borracha, um período de grande riqueza gerado pela exploração do látex.

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No início do século XX, mudas de seringueira foram para o Sudeste Asiático. Regiões como Malásia e Indonésia dominaram a produção mundial, competindo diretamente com a Amazônia. Com a queda da produção brasileira, o monopólio da borracha foi para a Ásia.

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Isso marcou um declínio econômico na região amazônica, especialmente após a década de 1910. Durante o conflito, a borracha tornou-se crucial para veículos, aviões e equipamentos médicos. A demanda global consolidou o material como um recurso estratégico.

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A Segunda Guerra Mundial levou à invenção da borracha sintética, como alternativa ao látex natural. Isso ocorreu devido à dificuldade de acessar as plantações no Sudeste Asiático ocupadas pelo Japão. Derivada de petróleo, a borracha sintética é usada em pneus, calçados, e selos industriais.

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Ela complementou e, em alguns casos, substituiu a borracha natural por ser mais barata e personalizável. A borracha é amplamente utilizada na produção de luvas cirúrgicas, seringas e outros equipamentos médicos, devido à sua resistência e flexibilidade.

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Jogos de tênis, bolas e equipamentos esportivos utilizam borracha natural ou sintética. Sua elasticidade a torna ideal para criar produtos que requerem resistência e amortecimento.

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Nos últimos anos, o uso responsável da borracha natural cresceu, com foco na preservação ambiental e melhores condições de trabalho para seringueiros. Métodos alternativos de produção buscam reduzir impactos ambientais.

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Pneus e outros produtos de borracha são reciclados para fabricar pisos, tapetes e objetos moldados. Essa abordagem diminui o impacto ambiental e promove a economia circular.

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A borracha é usada como isolante em construções, absorvendo vibrações e vedando estruturas. Isso melhora a eficiência energética e a durabilidade dos edifícios.

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Atualmente, países como Tailândia e Indonésia lideram a produção global de borracha natural. O setor continua a gerar empregos e atender demandas da indústria automobilística e tecnológica.

Gráfico feito com informções do site Geek for geek

A borracha segue essencial na vida moderna, com usos que vão de componentes industriais a objetos cotidianos. Pesquisas sobre alternativas sustentáveis e novas aplicações continuam a expandir seu impacto global.

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