Intérprete de Josefa - mãe de Arminda, vivida por Grazi Massafera -, a atriz tem participação central em diversas viradas da história.
Em comunicado, a Globo informou que Arlete está se recuperando bem e que o afastamento ocorreu apenas por precaução.
Enquanto ela permaneceu em repouso, o cronograma foi readequado, priorizando sequências de outros núcleos. Entre elas, as cenas comandadas por Sophie Charlotte, que dá vida à Gerluce, uma das figuras centrais da novela.
Arlete Salles nasceu em 17 de junho de 1938 no estado de Pernambuco. Ao longo de mais de seis décadas de carreira, ela consolidou-se como uma das atrizes mais versáteis e queridas da televisão brasileira.
Ela iniciou sua vida profissional ainda na adolescência, quando, aos 15 anos, tornou-se locutora da Rádio Jornal do Commercio, em Recife, no ano de 1957.
Em 1958, após casar-se com o ator Lúcio Mauro, deu seus primeiros passos nos palcos como integrante da Companhia Barreto Júnior, estreando na comédia “A Cegonha se Diverte”, sob direção de Graça Mello. A atuação rendeu a ela o prêmio de melhor atriz revelação, marcando um começo promissor.
A estreia na TV Globo deu-se na novela â??Sangue e Areiaâ? (1968), na qual interpretou a mãe da personagem de Myriam Pérsia, embora ambas tivessem a mesma idade. No ano seguinte, fez participação especial no último capÃtulo de â??A Gata de Visonâ?, aparecendo como Gladys.
O reconhecimento nacional ampliou-se em 1972, quando interpretou a interesseira Laura Vilhena em â??Selva de Pedraâ?, novela que atingiu Ãndices históricos de audiência.
Na década de 1980, seguiu presente em produções importantes, como â??Ãgua Vivaâ? (1980), â??Baila Comigoâ? (1981) e â??Amor com Amor Se Pagaâ? (1984).
Em 1986, participou de “Dona Beija”, novela da TV Manchete, em que viveu Genoveva, reforçando seu prestígio no momento em que a emissora buscava firmar-se na teledramaturgia.
Em 1987, retornou à TV Globo para integrar “O Outro”. Dois anos depois, teve grande repercussão como Carmosina em “Tieta”, papel que a atriz considera um dos mais marcantes da carreira.
Nos anos seguintes, viveu personagens importantes em tramas de Aguinaldo Silva, como Francisquinha em “Pedra sobre Pedra” (1992) e Margarida em “Fera Ferida” (1993). Em 1996, interpretou a matriarca Anabel em “Salsa e Merengue”, papel criado especialmente para ela e que lhe rendeu o prêmio APCA de Melhor Atriz.
Em 2001, viveu Augusta Eugênia em 'Porto dos Milagres', uma vilã cômica muito celebrada, premiada e lembrada pelo público. Pouco depois, retornou ao teatro com 'A Vida Passa', continuação da peça 'A Partilha'.
Na mesma década, esteve ainda em novelas como “Sabor de Paixão” (2002), “América” (2005), “A Lua me Disse” (2005) e “Pé na Jaca” (2006).
O ápice da fase recente da carreira chegou em 2024, quando foi convidada para protagonizar pela primeira vez uma novela:”Família É Tudo!”, de Daniel Ortiz. Nela, Arlete interpreta as gêmeas Frida e Catarina, personagens centrais de um enredo que mistura humor, drama familiar e mistério.
Em janeiro de 2014, Arlete recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Ela se submeteu a sessões de quimioterapia e radioterapia, além de uma intervenção cirúrgica, e concluiu o tratamento com recuperação total em novembro do mesmo ano.
Arlete Salles tem dois filhos, ambos frutos de seu casamento com o ator e humorista Lúcio Mauro: o ator Alexandre Barbalho e o cineasta Gilberto Salles. Ela tem ainda dois netos e se tornou bisavó em 2024.