A turnê intitulada “Só Tenho Tempo para Ser Feliz – 60 anos de música” foi aberta em Porto Alegre e será encerrada em Maceió, passando ao todo por nove capitais brasileiras.
Nas apresentações, o artista divide o palco com a cantora Camilla Faustino, a quem descreveu como uma presença capaz de transformar o espetáculo em poesia, ressaltando sua voz, sensibilidade artística e talento.
Toquinho, nome artístico de Antônio Pecci Filho, nasceu em São Paulo em 6 de julho de 1946 e construiu uma das carreiras mais longevas e consistentes da música popular brasileira.
Desde cedo, ele demonstrou afinidade com o violão, instrumento que se tornaria sua marca registrada. Ainda jovem, passou a estudar música de forma sistemática, tendo aulas com nomes como Paulinho Nogueira e Edgard Gianullo.
Sua projeção nacional ganhou força a partir da década de 1960. Sua primeira música a ganhar letra foi “Lua Cheia”, parceria com o amigo Chico Buarque, em 1965.
Em 1966, lançou seu primeiro disco, “O Violão de Toquinho”, com faixas instrumentais e que teve um relançamento em CD nos anos 2000.
No fim da década, participou do III Festival de Música da TV Record com “Belinha”, parceria com Vitor Martins, e do III Festival Internacional da Canção, do qual foi finalista com “Na Boca da Noite”, criada ao lado de Paulo Vanzolini.
Nessa época, formou outras parcerias bem-sucedidas, como com Jorge Benjor - “Carolina Carol Bela”, “Zana” e “Que Maravilha”.
No inÃcio dos anos 1970, Toquinho consolidou-se como compositor e intérprete. No perÃodo, construiu uma das mais emblemáticas parcerias da música brasileira com Vinicius de Moraes.
Da dupla Toquinho e Vinícius nasceram clássicos do cancioneiro nacional, como “Aquarela”, “Onde Anda Você”, “Tarde em Itapoã”, “Regra Três”, “Como Dizia o Poeta”, “Sei Lá' e 'Samba de Orly' - esta última também com Chico Buarque.
Em abril de 1979, após uma década de colaboração intensa, Toquinho e Vinicius de Moraes estrearam um espetáculo comemorativo que permaneceu em cartaz durante um mês no TUCA, em São Paulo, antes de seguir em turnê por diversas cidades brasileiras.
Ainda nesse contexto de colaboração, Toquinho e Vinicius também deram forma musical ao livro “A Arca de Noé”, projeto voltado ao público infantil que resultou em dois discos lançados no início da década de 1980.
As canções, interpretadas por diversos artistas, alcançaram enorme popularidade e deram origem a especiais produzidos para a televisão. Entre os temas mais conhecidos estão “O Pato”, “A Casa”, “A Foca”, “A Porta” “As Abelhas”, que se tornaram referências da música infantil brasileira.
Mantendo esse diálogo com o universo das crianças, Toquinho lançou em 1983 o álbum “Casa de Brinquedos”, que serviu de base para um espetáculo exibido pela Rede Globo em homenagem ao Dia da Criança. O repertório trouxe canções como “A Bailarina”, “A Bicicleta”, “O Trenzinho”, “A Bola” e “O Caderno”, interpretadas pelo próprio artista.
No mesmo período, Toquinho alcançou grande repercussão internacional, especialmente na Itália, impulsionado pelo sucesso da canção “Aquarela”.
A trajetória de parcerias seguiu se ampliando ao longo dos anos. Em 1999, Toquinho gravou ao vivo com Paulinho da Viola o álbum “Sinal Aberto”, registrado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, em um encontro que uniu dois nomes centrais da música brasileira.
Em seis décadas de carreira, Toquinho construiu uma discografia com dezenas de discos e uma multiplicidade de composições que fazem parte da memória afetiva do Brasil.