Em ambientes urbanos, o consumo frequente de restos de comida humana favoreceu o surgimento de bicos mais curtos e robustos. Na quarentena, com menos pessoas nas ruas, as aves nascidas nessa fase passaram a apresentar bicos mais longos e finos, semelhantes aos de populações silvestres.
Com o retorno da atividade humana, o padrão urbano voltou a predominar, evidenciando a rápida adaptação das aves às mudanças provocadas pelo comportamento humano.
Os bicos, aliás, são estruturas fascinantes que variam de forma, tamanho e função entre as diferentes espécies de aves e alguns outros animais. Entre as aves, alguns se destacam por formatos e funções.
Além de serem essenciais para a alimentação, os bicos desempenham papéis importantes na defesa, comunicação, construção de ninhos e até na regulação térmica.
Pelo mundo, encontramos espécies com bicos exóticos e adaptados a seus habitats e hábitos alimentares. Desde os grandes bicos dos tucanos até os finos e sensíveis dos kiwis, cada um é um exemplo de como a evolução moldou essas estruturas para a sobrevivência.
A seguir, conheça alguns dos animais com bicos extraordinários do planeta. Alguns são mais discretos, mas têm uma potência admirável. Outros são bem chamativos. E existe até bico curvado, que poucas pessoas já viram. Confira.
Tucano-toco (Ramphastos toco) – Possui um bico grande e colorido, que pode chegar a 20 cm, leve e resistente, ajudando na regulação térmica. Vive em florestas tropicais da América do Sul, especialmente no Brasil.
Colhereiro-americano (Platalea ajaja) – Seu bico achatado e em forma de colher auxilia na captura de pequenos peixes e crustáceos ao agitar a água. Habita áreas úmidas das Américas, do sul dos Estados Unidos até a Argentina.
Cálao-rinoceronte (Buceros rhinoceros) – Seu bico grande e curvado possui uma estrutura chamada castão, que amplifica seus chamados e é usado em disputas. Vive em florestas tropicais do Sudeste Asiático.
Tentilhão-de-darwin (Geospiza spp.) – Pequenos pássaros cujos bicos variam em formato e tamanho conforme sua alimentação, um exemplo de evolução adaptativa. São nativos das Ilhas Galápagos, no Equador.
Pato-mandarim (Aix galericulata) – Seu bico curto e vermelho é adaptado para capturar pequenos invertebrados e sementes na superfície da água. Encontrado em lagos e rios da Ásia , especialmente na China e Japão.
Pelicano-branco-americano (Pelecanus erythrorhynchos) – Possui um bico longo com uma grande bolsa flexível que ajuda a capturar peixes, funcionando como uma rede. Vive em lagos, rios e zonas costeiras da América do Norte.
Avestruz (Struthio camelus) – Tem um bico curto, largo e achatado, adaptado para arrancar folhas e engolir pequenos objetos duros. Vive em savanas e desertos da África.
Arapaçu-de-bico-curvo (Ortalis vetula) – Seu bico curvado e forte facilita a alimentação de frutos e sementes duras. Vive em florestas tropicais da América Central e do norte da América do Sul.
Cegonha-bico-de-sapato (Balaeniceps rex) – Seu bico grande, largo e em forma de tamanco é perfeito para capturar peixes, anfíbios e pequenos répteis. Habita pântanos e áreas alagadas da África Central.
Calau-de-capacete (Rhinoplax vigil) – Seu bico longo e curvado possui uma estrutura maciça chamada castão, usada em disputas e vocalizações amplificadas. Vive em florestas tropicais do Sudeste Asiático.
Urubu-rei (Sarcoramphus papa) - O bico é forte, curvado e alaranjado, ideal para rasgar carcaças. Essa ave é nativa das Américas, encontrada do México à Argentina, em florestas tropicais e savanas. Seu bico ajuda a evitar contaminações ao se alimentar de carne em decomposição.
Beija-Flor bico de espada Ensifera ensifera) - Tem um bico levemente curvado para cima e 25% maior que o corpo. Seu bico permite acesso ao néctar de talos de flores mais compridos, além de poder ser usado em disputas territoriais com outros beija-flores, Mas pode dificultar o voo.