Segundo o colunista Ricardo Feltrin, o caso ficou sob responsabilidade do então Dicastério para a Doutrina da Fé, liderado à época por Joseph Ratzinger, que posteriormente se tornaria o Papa Bento XVI. Durante esse período, o órgão recebia regularmente imagens das participações do padre em programas de televisão de grande audiência.
Entre 2004 e 2005, Padre Marcelo Rossi e o bispo Dom Fernando estiveram próximos de ser convocados ao Vaticano para prestar esclarecimentos. A morte do Papa João Paulo II, em abril de 2005, adiou qualquer decisão disciplinar. Ainda de acordo com Feltrin, o sacerdote esteve perto de ter suas atividades suspensas, o que o impediria de celebrar missas, administrar sacramentos e lançar produtos religiosos.
Em 2007, durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil, Padre Marcelo teria sido impedido de se encontrar com o pontífice por integrantes do Dicastério, sob a justificativa de que ainda era alvo de investigação. Anos depois, o próprio padre confirmou o episódio.
A investigação foi encerrada em 2009, sem a aplicação de sanções. Em 2010, Padre Marcelo Rossi se encontrou com Bento XVI e recebeu um prêmio como Evangelizador Moderno. Na época da divulgação da reportagem, sua assessoria informou não ter conhecimento das informações.
Padre Marcelo Mendonça Rossi nasceu em 20 de maio de 1967, na cidade de São Paulo. Filho de Antônio Celso Rossi e Olga Mendonça Rossi, tornou-se uma das figuras religiosas mais conhecidas do país a partir do final da década de 1990.
Antes de ingressar na vida religiosa, cursou Educação Física na USP. Posteriormente, entrou para o seminário e concluiu os estudos em Filosofia e Teologia, conforme a formação exigida pela Igreja Católica Apostólica Romana para a ordenação sacerdotal.
Foi ordenado sacerdote em 1994, na Diocese de Santo Amaro, em São Paulo. Nos primeiros anos de ministério, atuou em paróquias locais e passou a reunir grandes públicos em celebrações religiosas, especialmente em missas realizadas em espaços amplos.
A projeção nacional ocorreu com a transmissão de missas e participações frequentes em programas de televisão de grande audiência. Essa exposição ampliou o alcance de suas atividades pastorais e o tornou conhecido além do meio religioso.
Em 1998, lançou o álbum “Músicas para Louvar o Senhor', que se destacou nas paradas musicais brasileiras. O disco alcançou elevado volume de vendas e consolidou sua presença no mercado fonográfico religioso, com repertório voltado à música cristã contemporânea.
Em 2000, foi lançado o álbum “Canções para um Novo Milênio'. O disco obteve certificações de vendas expressivas.
No ano seguinte, lançou “Paz – Ao Vivo', gravado durante celebrações religiosas com grande público. O trabalho manteve forte repercussão comercial e figurou entre os discos mais vendidos do país naquele período.
Ele ainda lançou diversos outros álbuns como “Um Presente Para Jesus', “Anjos', “Minha Benção' e “Imaculada”.
Entre músicas conhecidas de seu repertório estão “Anjos de Deus”, “Noites Traiçoeiras”, “Ágape Musical”, “Sou Feliz”, “O Amor É Tudo” e “Erguei as Mãos”. Essas canções passaram a integrar celebrações religiosas e eventos católicos em diferentes regiões do Brasil.
Além da música e das missas, Padre Marcelo Rossi publicou livros de temática religiosa, participou de eventos católicos de grande porte e manteve atuação contínua como sacerdote.
Em 2013, revelou ter sido diagnosticado com depressão, após um período prolongado de dificuldades relacionadas à saúde mental. Segundo o próprio sacerdote, o tratamento envolveu acompanhamento profissional especializado, cuidados com a saúde física e apoio psicológico contínuo, tudo enquanto mantinha suas atividades religiosas conforme orientação médica.
Sua depressão foi muito associada a mudanças significativas de peso, registradas em aparições públicas e em imagens divulgadas por ele próprio. Em publicações nas redes sociais, compartilha comparações de sua aparência física em diferentes períodos e alertou que a depressão é uma condição de saúde que exige atenção e tratamento adequado.
Mesmo após a melhora do quadro, Padre Marcelo Rossi informou que segue em acompanhamento psicológico, especialmente após a morte de seu pai, Antônio Rossi, em outubro de 2022, em decorrência de complicações de um câncer.