Em sua última jornada, o artista passou pela Unidos de Vila Isabel, que ficou com a oitava colocação em 2025. Diante disso, a escola da terra de Noel Rosa preferiu trocar de carnavalesco e contratou a dupla Leonardo Bora e Gabriel Haddad, ex-Grande Rio.
No último Carnaval, o artista causou polêmica ao criticar a predominância de enredos com temáticas africanas nas agremiações cariocas para 2025.
'A maioria dos enredos desse ano são afros, tudo já foi visto e revisto, e eu posso te garantir que 90% de quem está assistindo ao desfile não vai entender nada', disse, em entrevista à Folha de São Paulo.
'Quando eu pego para ver como vai ser a trama que uma escola vai contar sobre um Orixá, é uma confusão danada. Um apaixonado por fulano, tendo filho de ciclano. Filho de quem? Orixá de outro? É o que rege a cabeça de quem? Sinto muito, eu não assimilo', completou.
Conhecido pela inovação e surpresa, Paulo Barros trouxe ao Carnaval Carioca um estilo característico, com alegorias humanas, dotadas de tecnologia e voltadas ao lado lúdico.
O carnavalesco é marcado pelo pop, referências da cultura de massa, como cinema, Disney, Las Vegas, com um foco em criar um diálogo direto com o grande público, com truques de ilusionismo e interatividade.
Antes de se destacar no Grupo Especial, teve passagens por escolas como Vizinha Faladeira, Arranco e Paraíso do Tuiuti no Acesso. Como carnavalesco da agremiação de São Cristóvão, fez um desfile marcante, em 2003, sobre a vida e obra do pintor Cândido Portinari.
Ao assumir a Unidos da Tijuca, no ano seguinte, surpreendeu o mundo do samba com suas inovações. A principal delas foi a alegoria do DNA, composta por várias pessoas pintadas de azul em uma coreografia marcante, sendo vice.
Em 2005, foi novamente vice-campeão, desta vez com o enredo 'Entrou por um lado, saiu pelo outro... Quem quiser que invente outro!'. Com uma série de inovações que novamente chamaram a atenção do público para o seu trabalho.
Nos carnavais de 2007 e 2008, teve uma passagem pela Unidos do Viradouro, de Niterói. No primeiro ano, teve a ousadia de colocar a bateria em cima de um carro alegórico que representava peças de xadrez.
Três anos depois, em 2010, veio a coroação com o primeiro título do Grupo Especial. Paulo Barros trouxe o enredo 'É segredo' e levou a Unidos da Tijuca à conquista depois de 74 anos.
Nos anos de 2012 e 2014, conquistou mais dois títulos à frente da Unidos da Tijuca, com homenagens a personagens marcantes como Luiz Gonzaga e Ayrton Senna.
Teve uma passagem pela Mocidade em 2015, com o enredo 'Se o mundo fosse acabar, me diz o que faria se só lhe restasse um dia?'. No entanto, não teve um bom resultado ao ficar de fora das campeãs.
Em 2017, Paulo Barros foi responsável por quebrar mais um jejum. Afinal, levou a tradicional Portela ao título depois de 33 anos, com o enredo 'Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar', ao lado da Mocidade.
Com a volta da Viradouro ao Especial, levou a agremiação de Niterói a um vice-campeonato, em 2019, com o enredo: 'Viraviradouro', sendo a segunda a entrar na Avenida no domingo de carnaval.
Paulo Barros assinou o enredo da Gaviões da Fiel em 2020, chamado 'Um não sei que, que nasce não sei onde, vem não sei como e explode não sei porquê', com o tema sobre o amor, mas a escola terminou em 11º lugar.
Teve algumas passagens pela Unidos de Vila Isabel. A primeira em 2009, com Alex de Souza, em um enredo sobre o Theatro Municipal. Também esteve na escola em 2018, 2023, 2024, na reedição de Gbala, e em 2025.
Tem se dedicado a novos projetos fora da Sapucaí, com a criação do monumento em homenagem a Darcy Ribeiro, em Maricá, e de um espaço chamado Centro Brasileiro das Artes, voltado para exposições, atividades culturais e intervenções urbanas.
Paulo Barros será o enredo da escola 'Primeira da Cidade Líder', que disputa o Grupo de Acesso 2 de São Paulo. Uma homenagem que coloca o carnavalesco como protagonista da festa, sendo um grande reconhecimento em sua carreira.