Sua extensão territorial é ligeiramente maior que a do estado de Alagoas, mas sem saída para o mar — a Armênia é um país sem litoral. Está situada ao sul da região do Cáucaso, onde se encontram o Leste Europeu e o Sudoeste Asiático.
Cerca de 1,5 milhão de armênios foram mortos entre 1915 e 1923, no que é considerado o primeiro genocídio do século 20, na invasão otomana. Até hoje, a Turquia não reconhece oficialmente o termo 'genocídio', o que gera tensões diplomáticas com a Armênia.
Em 1918, a Armênia declarou sua independência e formou uma república democrática. No entanto, esse período durou apenas dois anos, até a invasão de Yerevan pelo Exército Vermelho. Assim começou o domínio soviético, que perduraria por mais de sete décadas.
Durante o regime de Josef Stalin, os armênios enfrentaram duras repressões. Ao transferir a região de Nagorno-Karabakh ao Azerbaijão, o ditador gerou um conflito que permanece sem solução. Até hoje, as fronteiras são fechadas e marcadas por tensões, inclusive com áreas minadas.
Em 1988, enquanto os armênios caminhava rumo à independência com o colapso do comunismo, um terremoto de magnitude 7.2 atingiu o país. Mais de 50 mil pessoas morreram, e as principais cidades foram destruídas. A tragédia marcou a população em um momento já delicado de transição política.
Por tudo isso, a história da Armênia é marcada por escombros e cicatrizes que permanecem abertas. Essas feridas, embora dolorosas, moldaram uma identidade única e resiliente. Hoje, essa identidade é celebrada e reconhecida em diversas partes do mundo.
Com mais de 3 mil anos de história, a Armênia é uma das civilizações mais antigas do mundo. Viajar por seu território é caminhar por cenários onde a própria história da humanidade foi escrita. Cada monumento, vila e montanha carrega séculos de memória e identidade.
Segundo a tradição bíblica, foi aos pés do Monte Ararat que Noé teria atracado a arca após o dilúvio de 40 dias e 40 noites. Essa montanha sagrada para os armênios domina o horizonte da capital Yerevan, embora esteja localizada no território turco. O Monte Ararat é símbolo de fé, identidade e resistência para os armênios.
A Armênia é conhecida como o 'País das Pedras' não por causa do significado literal de seu nome, mas por suas paisagens montanhosas e pela abundância de construções históricas feitas em pedra.
O apelido reflete sua paisagem acidentada, rica em montanhas e formações rochosas. A arquitetura local é estruturada em pedra e se integra de forma harmoniosa ao ambiente natural, o que pode ser contemplada em cada detalhe de suas construções.
Além disso, a Armênia também é conhecida como a 'Terra das Igrejas' ou 'Terra dos Mosteiros', devido ao grande número de igrejas e mosteiros históricos espalhados pelo país. Essa característica reforça a identidade histórica e espiíritual do país.
O nome oficial do paÃs é República da Armênia, mas em armênio é chamado de Hayastan, que significa 'terra de Hayk'. Trata-se de um ancestral lendário considerado o fundador do povo armênio. O nome, portanto, carrega um forte simbolismo histórico e cultural para aqueles que por lá vivem..
As guerras e conflitos no início do século 20 provocaram um êxodo massivo de armênios após os conflitos na região no começo do século XX. Hoje, estima-se que existam cerca de 10 milhões de armênios vivendo fora do país — incluindo 40 mil no Brasil — mais do que na própria Armênia.
Primeiro país a adotar o cristianismo como religião oficial, no ano 301, a Armênia é lar de igrejas e monastérios milenares, como o templo de Garni e a Catedral de Etchmiadzin, sede da Igreja Armênia. Essas construções atraem turistas fascinados pela história e arquitetura religiosa do país.
Um dos exemplos mais impressionantes é o Monastério de Geghard, famoso por suas igrejas e capelas esculpidas diretamente nas rochas de um cânion profundo. O local transmite uma atmosfera de serenidade e reverência, integrando arquitetura e natureza de forma única.
O território armênio é majoritariamente montanhoso, com rios de fluxo rápido e poucas áreas de floresta. O clima é continental de terras altas, com verões quentes e invernos rigorosos. O ponto mais elevado do país é o Monte Aragats, que alcança 4.090 metros de altitude.
A capital Yerevan é o centro administrativo, cultural e industrial do país. Entre seus principais pontos turísticos estão a Praça da República, a Cascata, o Museu de História, a Mesquita Azul e a Catedral de São Gregório. A cidade também abriga o memorial em homenagem às vítimas do Genocídio Armênio.
Yerevan é facilmente acessível por voos diretos vindos de várias partes da Europa, do Oriente Médio e da Ásia. Também é possível chegar por terra, atravessando as fronteiras com a Geórgia ou o Irã.
A Armênia tem o privilégio de contemplar o Monte Ararat, considerado símbolo nacional, mesmo estando localizado em território turco. A montanha domina o horizonte da capital Yerevan e carrega profundo valor histórico, cultural e espiritual para os armênios.
Ao viajar pelas estradas da Armênia, é comum encontrar animais como bois, vacas e carneiros cruzando o caminho. Por isso, é preciso atenção redobrada: você pode ter que parar e esperar enquanto eles atravessam tranquilamente a pista.
O país, aliás, é o antigo na produção de vinho. Vestígios arqueológicos mostram que a bebida era usada em cerimônias fúnebres, com jarros encontrados ao lado de túmulos da Idade do Cobre. Armênia e Geórgia disputam o título de berço do vinho, em uma rivalidade que cresce a cada nova descoberta científica.
A província de Areni é conhecida por sua tradição vinícola, vivendo intensamente em torno da produção de vinho. Além das vinícolas renomadas, é comum encontrar famílias locais vendendo seus vinhos caseiros à beira das estradas, muitas vezes em garrafas de plástico.
Desde 2015, brasileiros estão isentos de visto para entrar na Armênia em viagens de até 90 dias. Essa isenção vale tanto para turismo quanto para negócios, facilitando o acesso ao país.
A moeda oficial da Armênia é o dram armênio (AMD). As moedas circulantes vão de 20 a 500 drames, e as notas variam de 1 mil a 50 mil drames. Pelo câmbio atual, R$ 1 equivale a aproximadamente 69,81 drames, ou seja, 1 dram vale cerca de R$ 0,0143.
Assim como Geórgia e Azerbaijão, outros países da região do Cáucaso, a Armênia tem um alfabeto próprio — milenar e exclusivo com 38 letras, entre vogais e consoantes. Na capital, em hotéis e restaurantes, o inglês é falado. Algumas placas ainda exibem inscrições em cirílico, herança do período soviético.
No inverno, entre dezembro e fevereiro, Yerevan costuma registrar temperaturas abaixo de zero. Já no verão, de junho a agosto, os termômetros podem chegar aos 35?°C, com clima seco e pouca umidade. Por isso, a primavera e o outono são considerados os períodos mais agradáveis para visitar o país.
A Armênia oferece uma experiência equilibrada, com clima ameno e paisagens deslumbrantes. O verão é ideal para atividades ao ar livre e para explorar a natureza exuberante do país. Já o inverno proporciona oportunidades para esportes de neve e uma atmosfera única, perfeita para quem busca algo diferente e memorável.
No campo do turismo, vans e carros particulares próximo à Praça da República oferecem passeios de um dia pelo interior do país. Contudo, as agências de turismo do Centro são mais recomendadas, com pacotes de transporte e refeições. Os destinos mais populares são o Lago Sevan, Khor Virap, Noravank e a região vinícola de Areni.
A capital Yerevan, aliás, conta com as principais redes hoteleiras. As melhores opções estão concentradas na área central, especialmente nos arredores da Praça da República.
A música tradicional armênia destaca-se pelo uso de instrumentos típicos como o duduk e o kanun, presentes em canções folclóricas e danças festivas. Já a arte é marcada por manuscritos iluminados, arquitetura religiosa e os khachkars, pedras cruz esculpidas que simbolizam a identidade cultural do país.
A literatura armênia é rica e diversa, com nomes clássicos como Movses Khorenatsi e autores modernos como Hovhannes Tumanyan e Paruyr Sevak, que marcaram diferentes épocas com suas obras.
A gastronomia armênia é um atrativo à parte, com pratos que refletem a autenticidade local. O khorovats, um tipo de churrasco, é um dos mais emblemáticos, ao lado de delícias como dolma, lavash, manti e ghapama.
Para um lanche ou aperitivo típico da Armênia, experimente o basturma — uma carne curada e intensamente temperada, considerada uma verdadeira iguaria local.
Entre as sobremesas armênias, a gata se destaca como um bolo tradicional servido em diversas versões. Já a pakhlava, semelhante ao baklava, combina camadas de massa filo, nozes e mel com um toque típico armênio.
O conhaque armênio é uma bebida tradicional altamente recomendada para acompanhar as refeições. Reconhecido por seu sabor marcante e qualidade refinada, é um símbolo da longa tradição de destilação do país.
Com sua crescente integração internacional e o fortalecimento da economia, a Armênia consolida-se como um destino turístico promissor e um símbolo de resistência, cultura viva e renovação constante.