CB.Debate

"Sou cético quanto à adoção em grande velocidade", diz Kubota sobre IA

O coordenador de Métodos, Dados e Projeções Microeconômicas do Ipea debateu no primeiro painel do "CB.Debate: Inteligência Artificial e as Novas Tecnologias"

Luis Kubota participou do painel
Luis Kubota participou do painel "As mudanças geradas na economia e no turismo", o primeiro do CB.Debate desta terça-feira - (crédito: Minervino Júnior/CB/DA Press)

O coordenador de Métodos, Dados e Projeções Microeconômicas no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luis Kubota, abordou as mudanças geradas na economia e no turismo sobre a concentração de mercado em relação ao uso da inteligência artificial. "Existe uma tendência monopolística nesses mercados que deve ser levada em conta do ponto de vista das políticas: a concentração de dados, o poder econômico, e, inclusive, a capacidade de contratar recursos", afirmou ele, durante o CB.Debate: Inteligência Artificial e as Novas Tecnologias, promovido pelo Correio Braziliense nesta terça-feira (30/4). 

"O Brasil é superdesenvolvido nos termos de sensoriamento via satélite. A gente, hoje, é capaz de detectar áreas que estão sendo desmatadas, desflorestadas, queimadas e identificar quando e onde isso está ocorrendo, praticamente em tempo real" Luís Kubota, coordenador do Ipea

 

Durante o painel, o primeiro do evento, o especialista também abordou as questões ambientais e citou que o Brasil abriga pontos positivos nesse sentido. "O Brasil é superdesenvolvido nos termos de sensoriamento via satélite. A gente, hoje, é capaz de detectar áreas que estão sendo desmatadas, desflorestadas, queimadas e identificar quando e onde isso está ocorrendo, praticamente em tempo real." Kubota apontou, porém, que do ponto de vista negativo há um alto consumo de energia e água pelos datacenters para que esses modelos sejam utilizados.

Enquanto alguns países desenvolvidos exploram a inteligência artificial há muito tempo, o Brasil passou a movimentar-se na área na sequeência. Em relação à velocidade da adesão à inteligência artificial, o coordenador classificou-se como cético. "Você tem que ter infraestrutura, que é o que a gente chama de maturidade digital. As firmas precisam ter maturidade para que sejam capazes de adotar essas tecnologias de modo seguro e produtivo", declarou.

Sobre a preocupação acerca da ocupação de empregos, que é um debate comumente surgido quando o assunto é inteligência artificial, Kubota acredita que o que determina se uma ocupação é mais passível ou não de automação, são as tarefas que são desempenhadas pela carreira. "Eu recomendo o estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que foi feito em cima da realidade do Chat GPT 4. O resultado do estudo, de certa forma, tem uma coloração mais positiva. No estudo se identifica que as tarefas administrativas são potencialmente mais passíveis de automação e eles apontam que o potencial de ajudar os profissionais é maior do que o potencial de corte de ocupações", disse.

O coordenador aproveitou a oportunidade para divulgar o livro que o Ipea lançou recentemente, em fevereiro deste ano, sobre o assunto. A obra trata de temas como IA, plataforma digitais, indústria 4.0 e internet das coisas.

Veja a transmissão do evento:

 

 

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postado em 30/04/2024 18:19 / atualizado em 30/04/2024 18:20
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