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Betty Bettiol, uma obra de arte em constante construção

Terceira reportagem da série Maturidade compartilhada

Flávia Duarte
postado em 11/10/2015 08:00

Terceira reportagem da série Maturidade compartilhada

Betty é daquelas anfitriãs que, quando se visita, rapidamente desaparece a vontade de ir embora. Ela recebe o visitante com um sorriso aberto, uma risada sonora e marcantes olhos azuis, da cor do céu que ela tanto ama. Aos 74 anos, Betty Bettiol exala e inspira vida. Tudo nela é energia. Até a casa que ela mora é viva. Uma belíssima obra de arte do arquiteto Zanine Caldas, com suas madeiras que precisam ser constantemente cuidadas, já que são donas de movimento próprio. O endereço é, por si só, um museu. Ainda que fosse só o esqueleto. Mas, dentro daquela residência, em uma nobre área verde do Setor de Clubes Norte, está tesouro ainda maior. As mais de 2 mil peças de arte, assinadas por artistas de todos os cantos de Brasil, transformaram a casa de Betty em um espaço de referência para a cultura brasileira.

Mais do que obras de valor cultural, no entanto, o acervo que a artista plástica montou com o marido, o advogado Luiz Carlos, de quem ganhou o sobrenome, é um pedaço de uma vida de mais de cinco décadas compartilhadas. São lembranças de um estilo de vida único, até invejável. Betty e o marido transformaram em livro a aventura de ter recolhido pelo Brasil afora cada um dos quadros, esculturas, cerâmicas e outras obras que estão em cada canto de onde vivem. Foram trazidas no avião que eles mesmo pilotavam. Betty aprendeu a voar há pelo menos quatro décadas. Destemida, é no céu que diz ter uma das melhores sensações da vida. E, quando joga o rosto para trás e solta uma gargalhada ao se lembrar do primeiro trajeto solo entre a capital e Goiânia, não há quem ouse duvidar o quão prazeroso deve ser o desafio.

De São Paulo, ela chegou a Brasília com 19 anos. Ela e o marido escolheram aquela Brasília, ainda em esboço, para construir uma família. E ficaram. Betty é grata à capital. Atribui à experiência de ter construído a cidade com os pioneiros, o segredo de tanta felicidade que acumulou ao longo da vida. Foi aqui que teve os quatro filhos. Aqui vê crescer oito netos. Em Brasília também, Betty se transformou em artista plástica, talento que herdou do pai, "italiano-pintor-boêmio". Fez parte da primeira geração de artistas daqui. Recebeu em sua casa nomes da pintura e da escultura que vinham de fora, naqueles anos 1960, "para embelezar a cidade", como relembra.

E ela fez parte disso. Também deixou a cidade mais bonita. O talento de Betty se espalha nas telas que pinta, nos trabalhos em marcenaria que exibe em casa. É gravurista e recicla qualquer peça que lhe chega com qualquer dano. Ela gosta de tudo o que as mãos podem produzir. Acredita que é nelas que se concentra a essência de um artista. E lamenta que o dom dos dedos está sendo substituído pela precisão das máquinas. "Acho que todo mundo deveria conhecer a beleza do artesanato brasileiro. E muito rápido, porque está acabando", lamenta. E quem quiser começar, ela abre a porta da sua casa para apresentar as preciosidades que recolheu com suas asas.

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ELA POR ELA
"A Betty Bettiol aqui presente é uma mistura de três povos: do alemão, que era da mamãe, uma pessoa muito rígida, presente e que cobrava muita disciplina. Do lado do meu pai, italiano, cantor de ópera, pintor, boêmio, divertido, para quem a vida sempre foi cor-de-rosa para ele. E um pouquinho do brasileiro bagunçadinho, que sou eu."

MUDANÇA PARA BRASÍLIA
"Chegamos aqui nos anos 1960, mais exatamente em 1962. Eu e o Bettiol éramos bem jovens. Ele com seus 26 anos e eu, com meus 19. Viemos de São Paulo. Ele, recém-formado; e eu, nada, porque naquela época, com essa idade, não se é nada. Chegamos aqui com uma carga e uma vontade de participar desta aventura que era Brasília. E com o coração cheio de esperança. Nós nos surpreendemos porque aqui não tinha absolutamente nada. Tudo era novidade, tudo era necessário, tudo estava por fazer. Era um desafio, uma vontade de ganhar a cidade. Tudo o que nós fizemos, eu e o Bettiol, devemos à Brasília. As pessoas que aqui estavam eram muito gentis, muito acolhedoras. Era gente vinda de todos os lugares do Brasil. A área que eu mais tinha contato, por causa do Bettiol, era o Judiciário. Os ministros naquela época tinham seus 60 anos, e eu, 20. Eles me protegiam muito. Acho que porque os filhos, os netos não vieram. Eles eram ministros do Supremo Tribunal Federal, depois vieram os amigos do Itamaraty. A cidade foi crescendo e crescemos juntos. Praticamente nos serviam como família, como pai e mãe. Aqui ninguém tinha ninguém, nem pai nem mãe nem tios."

QUALIDADE DE VIDA
"Todos os dias, tinha aquela ansiedade de ter alguma coisa nova nesta cidade. Hoje, vejo que já tem tudo. Acho até, e fico um pouco triste, que não precisava ter tanto porque deu uma bagunçadinha. Agora, está tudo feito. Se benfeito ou malfeito, não cabe a mim nem ao Bettiol fazermos essa crítica. Da nossa parte, o melhor que a gente poderia ter feito, fizemos. A esperança já passou, mas sempre fica uma pontinha de que seus netos, seus filhos ainda levem a boa vida que nós levamos. Gosto da cidade. Fico triste, às vezes, com a política, que nem sempre é o que você esperava, mas o mundo inteiro é assim... Qual a diferença? Agora fico meio tristezinha quando vejo o nosso Teatro Nacional fechado. Tem que se falar, mas a saúde também está tão triste, né? É natural, uma consequência dos dias modernos, dos dias que nós vivemos. É natural que Brasília também tenha seus dissabores. Ela já é uma senhora de 50 e tantos anos e, como nós, envelheceu. Tinha que acontecer, era inevitável. Mas eu acho a qualidade de vida ótima, 360 graus de céu, você tem a vegetação o tempo inteiro, você tem ainda muitas amizades, pessoas que estão sempre presentes..."

AMOR
"Eu tinha 14 anos e o Bettiol, 20. Nós nos conhecemos em um clique de coincidências. Eu era apaixonada por automóvel, avião, coisas pelas quais, em geral, meninas não se interessam. Eu tinha uma vizinha que, todos os dias de manhã, a gente via qual o carro estava estacionado na nossa porta. Um belo dia, tinha um chevrolet Belet de duas cores e eu falei: ;Esse carro é lindo. Que carro maravilhoso!’. Aí chega o guarda de trânsito e disse que será guinchado, porque estava em lugar proibido. Então, vi que no vidro do carro tinha uma carteirinha de jornalista. Li Luiz Carlos Bettiol e procurei o nome na lista telefônica. Liguei número por número. No último, atendeu a mãe dele. Expliquei que o carro seria guinchado, que o guarda estava na porta... A mãe dele passou meu telefone, ele foi lá em casa saber o que tinha acontecido e se encantou pela loirinha de olhos azuis (risos). Ele anotou meu telefone em um caderninho e, cinco anos depois, já formado, me telefona e diz: ;tenho o seu telefone aqui. Quem é você?; Eu falei quem era e ele perguntou se eu queria jantar. Seis meses depois estava casada em Brasília. Então, como se explica? Acho que a vida é uma coisa que não dá para explicar. Não é uma aventura? Não é inesquecível um momento desses? Viver juntos 54 anos, como nós estamos hoje, com a família já feita, e esse companheirismo que não anda muito em moda. Ele teve muita paciência comigo e eu com ele em alguns momentos. Você pergunta: ;Vocês nunca brigaram?; Francamente, não, porque ele nunca me levou muito a sério quando eu brigava. Quando eu resmungava alguma coisa, ele dizia: ;Deixa para reclamar amanhã.; E a gente acaba dando risada. Não é uma maravilha? E vou dizer mesmo: sou apaixonada por ele. E o carinho com que ele me trata... Ele é uma figura que conquista. É o príncipe da minha vida."

A MÃE E AVÓ

"Às vezes, fico um pouco triste porque acho que fui uma mãe um pouco dura, como a minha. Mas meus filhos dizem que, quando eu dava uma bronca, fazia rindo. Então, eles nunca levaram a sério. Na verdade, eles eram comportados. Acho que cumpri minha missão de mãe direitinho. Podia ter sido mais complacente, mas também vejo hoje que a liberdade é tamanha e isso me assusta. Acho que criei na medida certa, porque deu certo. Eles não estão aí? Firmes, fortes, saudáveis, casados, com filhos, criando os filhos de uma maneira parecida com a que eles foram criados? Então, para que reclamar? Os meus netos são encantadores. Qual a avó vai dizer que não? São seis meninas e dois meninos. Uma escadinha, de 23 a 4 anos de idade. Não sou uma avó nenhum pouquinho rígida. Aqui pode tudo. Todas as quintas-feiras, a gente se reúne. Minhas noras são ocupadas, então, dou uma mãozinha quando elas querem viajar, ir para algum lugar, e fico com as crianças. Aí é uma diversão porque aqui tem parquinho, pula-pula, casinha na árvore, piscina, laguinho, cachorro, pombinha. Tenho uma família linda. Para mim, é uma volta aos anos 1960, com mais conforto e mais sabedoria."

A ARTISTA

"O meu pai era um pintor, mas, naquela época, nos anos 1940, nenhum artista era muito bem-visto. Sempre tive ligação com as artes em São Paulo. Mas tinha quatro filhos pequenos e a vida não era tão farta como hoje. O Bettiol tinha que trabalhar muito, eu tinha que cuidar das crianças. No momento em que elas estavam voando com as próprias asas, resolvi fazer um curso de gravura em metal com uma artista da cidade, a dona Lêda Watson. A gravura, na minha opinião, é o que mais ensina disciplina para as pessoas. É o que mais contém a ansiedade de um artista, porque exige muito. Inclusive, que você pense ao contrário. A gravura é um espelho. Você tem que prensar de um jeito para produzir de outro e me dei muito bem. Fui a primeira artista, em 1979, a fazer gravura em metal com auxílio do computador. Isso foi uma novidade ímpar, nem São Paulo nem em Nova York faziam isso nessa época."

A ARTE NA CAPITAL

"Quando cheguei, Brasília não tinha nada. Basta dizer que a cidade não tinha artista e que Juscelino Kubitschek contratou gente de fora para embelezar a cidade: o Alfredo Ceschiatti, o Athos Bulcão, o Bruno Giorgi... Brasília não tinha museu, não tinha amparo para os artistas que vinham de fora. Então, eu os recebia porque já era a decana da cidade. Recebi o (Arcangelo) Ianelle, o Volpi, a Tomie (Ohtake)... Todos esses, que já morreram, naquela época, ficaram hospedados na minha casa. Ficavam aqui, pintavam, almoçavam, jantavam. Era uma convivência natural. Ninguém era ainda o supertop artista. Com o passar dos anos, criou-se a primeira geração de artista da cidade, que na minha opinião foi o (Glênio) Bianchetti. Comecei a me aproximar dessas pessoas para desenvolver o que sempre gostei. Conheci o Oscar Seraphico, que tinha a primeira galeria de arte de Brasília. Ele me incentivou demais e naturalmente fui me interessando, me aplicando, trabalhando, tendo sucesso e deu certo. Foi o Oscar Seraphico quem desenvolveu essa parte cultural da cidade, a meu ver. Depois, a UnB tinha os professores, o Athos veio morar aqui, o Ceschiatti vinha com muita frequência para Brasília... Nada se faz de um dia para o outro. Hoje, temos na capital mais de uma geração, a minha e mais uma, que se ocupa em fazer arte. Acho de um nível muito bom. Vejo que vai ter muita gente boa por aqui. É uma meninada tão ligada a desenho e arte... Hoje é tudo vibrante, tudo é bonito. Olha, esse Brasil tinha tudo para dar certo"

A COLECIONADORA

"A coleção propriamente dita começou depois que saímos da W3, que foi a primeira moradia, e começamos a comprar objetos de arte. Tudo começou sem nenhuma pretensão. Fomos comprando, adquirindo para ter em casa, com a vantagem e a facilidade de, na época, com o aviãozinho que tínhamos, a gente poder ir para qualquer lugar em um prazo mínimo. A cada fim de semana, escolhíamos uma cidade. Assim, visitamos o Brasil inteiro e recolhemos peças de todos os artesãos que conhecemos e trazíamos tudo isso no aviãozinho. Foi quando conheci em Lençóis (BA) um grande ceramista, o Jotacê, que, para mim, é o maior ceramista do país. Surpreendentemente, quando completamos 50 anos de casados ; eu, 70 e o Bettiol, 50 de advocacia ; nós nos demos conta de que tínhamos um acervo de mais de 2 mil peças. Então, resolvemos nos dedicar a catalogar tudo isso e, ao invés de fazer uma festa, pensei em fazer um livro para deixar para a cidade, para meus filhos enetos. Não é um livro só de arte. É um livro em que você participa da nossa vida dentro dos capítulos. Sabe como adquirimos, como conhecemos cada peça, o convívio com esses artistas."

O ENCONTRO COM O BRASIL

"A simplicidade do povo brasileiro, que é uma coisa inacreditável. Eu não tinha essa experiência. Quem mora em São Paulo dificilmente vai para o interior da Bahia, para o interior do Espírito Santo. As pessoas não conhecem o que é o Brasil interno, de arte, de um povo dedicado às coisas simples. E eu conheci todos, os melhores. Muitos ainda são nossos amigos, ainda visito de vez em quando. Só dependo do céu."

MUSEU DOS BETTIOL

"Nossa casa está aberta para quem quiser. Tem um grupo de arquitetura da Universidade de Brasília que vem com frequência aqui. As escolas, eu marco um dia e eles vêm. No campo das artes, continua a mesma coisa: o artista vem do Brasil ou do exterior e sempre passa por aqui, porque é uma referência. O museu que tem na cidade é restrito, está fechado. Ainda que nosso diretor, Wagner Barja, se empenhe barbaridade, se entregue àquele museu, não pode fazer grande coisa porque não tem verba. Aqui na minha casa é só telefonar, marcar e tenho muito prazer em mostrar. O que vai acontecer com a casa, não sei. Não sei o que meus filhos vão fazer com isso, porque é difícil, né? Onde eles vão pôr tudo isso? Chamamos aqui de ;casa mãe;, mas cada um deles tem uma casa com uma quantidade muito grande de acervo deles. Então, isso já é uma herança que está sendo continuada."

O FUTURO DO ACERVO

"Eu tinha muita vontade de fazer um museu de arte popular brasileira. Seria muito interessante, porque todo mundo deveria conhecer a beleza, o artesanato brasileiro. E muito rápido, porque está acabando. O artesão já não é mais o artesão das mãos. Agora é tudo máquina. As coisas estão indo mais para o campo financeiro, imediatista. Isso é muito bom porque vai melhorar a vida deles, mas a essência do artesão está acabando. Eles estão morrendo, ficando velhos. Tenho várias peças aqui que não teria como comprar outra. Se quebrar, quebrou. Não tem jeito porque o artesão já morreu. Seria um museu para a cidade, um presente da família. Quem sabe a gente consiga fazer um museu com as peças principais de cada estado do Brasil por onde eu passei? Tudo tem uma história. Não foi comprado em uma galeria de arte, mas no ateliê do artista, conversando com ele, tomando cafezinho, participando da vida dele. Foi muito gratificante e foi inesquecível."

A AVIADORA

"A aviação também é uma paixão. Voar era o que eu mais queria, desde os 14 anos. Aliás, nessa idade, já voava na Praia Grande com os namoradinhos. Quando nos mudamos para essa casa, Bettiol resolveu abrir um campo de ultraleve. Fiquei muito curiosa e quis aprender a voar também. Aprendi e tirei o brevê. Mas de ultraleve não dava para ir a lugar nenhum porque naquela época, 40 anos atrás, aquele mosquitinho voador, não tinha nada, você morria congelado lá em cima, Aí, compramos o Corisco, que é a nossa paixão até hoje. Esse avião ainda voa. Quando compramos esse aviãozinho foi total liberdade porque podíamos ir a qualquer lugar. Nós percebemos que saíamos daqui do aeroporto e íamos a qualquer ponto mesmo sendo pistas de terra, de grama. Às vezes, não tinha nem pista, era pasto mesmo. Aprendi a pilotar, fiz o curso. O meu grande voo mesmo, a primeira vez, foi no Corisco, Goiânia e Brasília, sozinha, com o Bettiol atrás, em outro avião. Eu na frente e ele atrás. (risos) Ai, era tão bom... Eu queria tanto, mas queria tanto... Eu não sou de sonho. Para mim, você tem que querer muito. Então, quando você realiza, o difícil é a melhor coisa da vida, porque se a coisa é fácil não tem o mesmo sabor, o mesmo gosto. Para quem voa, não tem distância. O que interessa não é chegar, mas fazer a viagem. O que mais me fascina é o voo, não é chegar. É fazer o percurso. A sensação é de liberdade e de espaço de tempo. E o tempo deixa de existir, porque, quando você está no céu, é tudo tão bom, mas tão bom... Lógico, tem turbulência, uma nuvem que te atrapalha, mas a sensação é tão agradável, que é indescritível. Não sei dizer o que sinto. Medo? Nunca senti. Nunca."

O VOO NA ESQUADRILHA

"Antes de morrer, vou escrever um livro sobre os momentos inesquecíveis da minha vida. Um deles foi quando fiz 70 anos e ganhei de presente, de um grande amigo nosso, um voo na Esquadrilha da Fumaça. Vocês não podem imaginar o que é voar na Esquadrilha da Fumaça. Fiquei tão enlouquecida com aquilo. Chegando a São Paulo, eles deram as primeiras instruções de como se portar. Eu atrás, com o piloto, claro. Decolamos e eles fizeram todas as manobras que vocês conhecem. Voo de dorso, de parafuso. São inesquecíveis esses momentos. E quem me proporcionou tudo isso? Foi esta cidade. Talvez, se eu tivesse morando em SP, isso nunca teria acontecido. Por isso, agradeço tanto a essa cidade maravilhosa."

VELHICE E MORTE

"Morte? Pensar eu penso, mas quero morte súbita. Sem tristezas. Todo mundo que vive pensa que um dia vai morrer, mas não é uma coisa que me deixa angustiada. Nem um pouquinho. É muito engraçado: a minha família toda fala que eu invisto na morte. Porque todo dia falo: ;quando eu morrer, quando eu morrer...;, mas nunca morro (risos). Eles brincam muito comigo. Quanto mais velha, mais divertida acho que a vida fica. Se eu fosse doente, se tivesse problemas, talvez não fosse tão agradável, mas, por enquanto, faço tudo o que quero. Voo, pinto, cuido dos meus netos... Não subo mais morro. Antigamente, gostava dessas aventuras, hoje em dia já nem tanto. Mas eu e o Bettiol estamos em condições físicas de participar de uma vida normal. Enquanto isso estiver acontecendo, vamos tocando. Tudo o que aconteceu nesses anos foi uma grande caminhada de sucesso. Deu tudo certo. Não posso me queixar absolutamente de nada da minha vida."

Confira também as reportagens já publicadas da série Maturidade compartilhada, sobre a dama da ópera, Asta Rose, e sobre o fotógrafo Luis Humberto.

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