Investigação

Justiça do DF torna Jair Renan réu por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica

Justiça do DF recebeu denúncia do Ministério Público de que filho de Bolsonaro e outras cinco pessoas de criaram esquema para ocultar os recursos obtidos ilegalmente

Os réus terão 10 dias para apresentar sua defesa por escrito após intimação -  (crédito: Reprodução/Instagram)
Os réus terão 10 dias para apresentar sua defesa por escrito após intimação - (crédito: Reprodução/Instagram)
postado em 27/03/2024 19:06 / atualizado em 27/03/2024 19:25

A Justiça do Distrito Federal tornou réus Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e outras cinco pessoas acusadas de crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. A decisão da 5ª Vara Criminal é de segunda-feira (25/3). Os réus terão 10 dias para apresentar sua defesa por escrito após intimação.

A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na última semana. A ação decorre de uma investigação da Polícia Civil do DF, na qual Jair Renan chegou a ser alvo de uma operação de busca e apreensão em agosto do ano passado.

A investigação apontou que o filho de Bolsonaro simulou uma declaração de faturamento de R$4,6 milhões da RB Eventos e Mídia, com objetivo de apresentar lastro para obter empréstimos bancários que chegaram a R$291 mil, entre 2022 e 2023. Por esta ação, o Ministério Público acusa Jair Renan e equipe por falsidade ideológica e uso de documento falso.

O banco acionou judicialmente o filho de Bolsonaro, pois os empréstimos não foram pagos. Em documento obtido pelo Correio, o Santander desiste de um processo de execução, ou seja, de pagamento da dívida, pela empresa RB Eventos e Mídia, e pede que o valor seja cobrado apenas de Jair Renan.

O sócio de Jair Renan, Maciel Alves, também foi denunciado. O MP afirmou ainda que "no período compreendido entre novembro de 2020 e julho de 2023", os réus "ocultaram ou dissimularam a natureza, origem, movimentação ou propriedade de bens, direitos e valores de origem criminosa, proveniente, direta ou indiretamente, da prática de crimes de falsidade ideológica, estelionato e falsificação de documentos públicos e particulares".

A equipe teria criado uma pessoa que não existe, chamada Antônio Amâncio Alves Mandarrari, para ocultar valores obtidos de forma ilegal. Além disso, essa pessoa "abriu" empresas para movimentar o dinheiro.

"No segundo empréstimo fraudulento, realizado no dia 08/03/2023, no valor de R$ 250.669,65, ainda sob responsabilidade legal do denunciado Jair Renan, quase R$ 60.000 foram usados para pagamento de própria fatura de cartão de crédito da pessoa jurídica RB Eventos e Mídia [empresa de Jair Renan]. E, no dia 13/04/2023, é realizado um crédito de R$ 18.700,00 para a empresa 'fantasma' Mandarrari Clínica de Estética", expõe o MP.

A defesa de Maciel Alves, Pedrinho Villard, afirmou em nota que "acredita na inocência de Maciel e provará no curso processual". 

Ao Correio, o advogado de Renan, Admar Gonzaga, disse que o cliente foi vítima de um "golpe montado por pessoa, que apenas depois se soube ser conhecida pela polícia e pela Justiça". "Tudo ficará esclarecido no curso do processo, no qual a defesa poderá apresentar provas e fundamentos para o total esclarecimento do golpe contra ele aplicado", completou o advogado.

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