Cidades

Caso Pedrolina: assassino preso é suspeito de violentar mais cinco vítimas

Três crimes de abuso sexual cometidos por João Marcos, que confessou a morte de Pedrolina, foram confirmados pela polícia, e mais duas ocorrências em que ele é suspeito estão sendo apuradas

Alan Rios
postado em 11/09/2019 14:26
João Marcos Vassalo confessou ter estuprado e matado Pedrolina Silva, em 1º de setembro
João Marcos Vassalo da Silva Pereira, 20 anos, assassino confesso de Pedrolina Silva, 50, é suspeito de mais cinco crimes de abuso sexual no Distrito Federal. Destes casos, a Polícia Civil conseguiu confirmar a participação deles em três, sem contar a morte da assistente social. Os investigadores apuram se ele é autor de mais duas ocorrências. Nestes dois casos, as vítimas farão reconhecimento do detido para formalizar a denúncia.

Ao todo, João Marcos tem seis ocorrências em que é apontado como suspeito. Ele foi preso em 3 de setembro, pela Polícia Militar, após uma tentativa de estupro QI 29 do Lago Sul. Horas depois, a Polícia Civil encontrou o corpo de Pedrolina à beira do Lago Paranoá, com sangue e sinais de violência sexual. Ele confirmou que a vítima morta também tinha sida atacada por João. Já preso, ele confessou os dois crimes.

Com o andamento da investigação, a imagem dele foi divulgada e novas vítimas procuraram a delegacia. Todas deram depoimentos semelhantes: o acusado tentou passar a mão nas partes íntimas e estuprar as mulheres. A investigação ainda não está concluída e João Marcos pode ser acusado ou ter a participação excluída de outros casos.
  • A primeira vítima, Pedrolina, foi abordada em 1; de setembro, às 9h40, na L4 sul;
  • No mesmo dia, por volta das 19h, João Marcos abordou uma mulher de 38 anos em uma parada de ônibus da QI 27 do Lago Sul. A vítima conseguiu fugir por ajuda de um segurança que estava próximo;
  • Em 3 de setembro, às 12h, o acusado fez a terceira vítima, uma adolescente de 16 anos, na parada de ônibus do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), próximo à ponte JK, mas não conseguiu segurá-la, porque a jovem pediu ajuda ao motorista de ônibus, que não o deixou embarcar no coletivo;
  • A quarta vítima, uma jovem de 20 anos, foi abordada às 13h, ainda em 3 de setembro, na parada de ônibus da QI 26 do Lago Sul;
  • No mesmo dia, às 13h30, João Marcos abordou outra jovem de 18 anos, na parada de ônibus da QI 29 do Lago Sul, que conseguiu se defender, agredindo o autor com uma tampa de caixa térmica, buscando ajuda de quem passava pelo local. Em seguida, conseguiram acionar a Polícia Militar, que prendeu o suspeito em flagrante;
  • A sexta vítima fez contato telefônico com a delegacia que investiga o caso e deve comparecer nas próximas horas para formalizar a denúncia. Ela informou que foi abordada, também, em 3 de setmebro, na QI 26 do Lago Sul.

Apuração de feminicídio

Como o caso de Pedrolina ainda está em apuração, não é possível confirmar se ele será enquadrado como homicídio ou feminicídio. Porém, algumas informações corroboram a tese do feminicídio, como o fato de o acusado conhecer a vítima, ter estuprado e assassinado com o intuito de querer ocultar o crime. Caso seja confirmada a morte com motivação pela condição de mulher de Pedrolina, esse será o 20; feminicídio no ano no DF.

Relembre o caso

No dia 1; de setembro, às 9h36, Pedrolina enviou uma mensagem de áudio à uma amiga, avisando que havia chegado na parada de ônibus da L4 Sul onde iriam se encontrar para irem a um clube. Cerca de seis minutos depois, no entanto, ela foi abordada por João Marcos. Câmeras de segurança de uma universidade flagraram o momento em que ele se aproxima correndo da vítima e os dois entram em uma luta corporal.

Em seguida, ela é arrastada para fora do alcance das imagens até uma área de mata fechada, onde foi morta. O corpo foi encontrado dois dias depois, na beira do Lago Paranoá. Carinhosamente chamada por amigos e familiares de Lina, ela formou-se em Serviço Social em 2017. Para o trabalho de conclusão de curso, pesquisou a violência contra a mulher negra, com foco na lei Maria da Penha. Vizinhos guardam na memória a imagem de uma pessoa calma e dedicada ao trabalho.

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