Sarah Peres
postado em 01/10/2019 07:00

Adriana e Wellington estavam juntos há sete anos e tinham uma filha de 5 anos. Atualmente, moravam em um apartamento, localizado no Conjunto 4 do Setor Placa da Mercedes, no Riacho Fundo 1. O casal havia saído no sábado e retornou de carro para casa. No início da manhã de domingo, entre 8h e 9h, eles discutiram, segundo o delegado Mauro Aguiar Machado, chefe da 29; Delegacia de Polícia (Riacho Fundo 1).
;Testemunhas relataram que houve gritos e, pouco depois, um silêncio. Eles não chegaram a estranhar a situação, pois o casal costumava discutir. A maior parte das brigas eram por causa de ciúmes de Wellington. No domingo, não foi diferente. A quantidade de facadas que o autor deu em Adriana mostra o quão possesso de ódio ele estava;, destacou o investigador. A criança do casal estava com familiares no fim de semana.
Mauro Aguiar explicou que Wellington usou uma faca do tipo peixeira para atacar Adriana. Ela morreu na sala e a arma do crime ficou no banheiro da residência. Depois da tragédia, o motorista de transporte pirata pegou roupas e outros pertences pessoais, colocou em uma mala e fugiu. Uma câmera de segurança da região flagrou o instante em que o acusado coloca seus pertences no banco de trás do veículo dele, um Fiat Palio Fire Economy prata ; placa JHZ3082.
Wellington deu a partida no automóvel e deixou a casa às 9h25. O corpo de Adriana só foi descoberto mais de 10 horas após o assassinato brutal. Familiares da vítima se preocuparam quando ela não atendeu às ligações ou respondeu às mensagens do WhatsApp. ;Dois parentes vieram até a casa e escutaram o som ligado, alto. Eles bateram na porta e, como ninguém atendeu, chamaram um chaveiro. Ao abrir a porta da residência, se depararam com a mulher já morta;, explicou o delegado.
Agora, agentes da 29; DP estão nas ruas para tentar chegar até Wellington. O investigador Mauro Aguiar pediu ajuda da população para elucidar o caso. Quaisquer informações podem ser repassadas anonimamente pelo 197. ;Não resta dúvidas de que o marido de Adriana é o autor. As imagens, relatos de conhecidos, assim como o histórico do relacionamento, indicam Wellington como suspeito;, garantiu.
De acordo com a Polícia Civil, Adriana abriu dois boletins de ocorrência contra o marido, em 2015 e 2017, respectivamente. Os casos ocorreram na Área de Desenvolvimento Econômico de Águas Claras e em São Sebastião, respectivamente. Em ambos os relatos, a vítima afirmou ter sido agredida e ameaçada de morte por Wellington. Ela chegou a receber medidas protetivas, mas revogou o pedido na Justiça.
Queimada viva
Tatiana Luz da Costa morreu às 6h15 de ontem, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. A informação foi confirmada pela Polícia Civil. Ela estava internada em estado gravíssimo no Hran, desde que foi atacada pela mulher, Vanessa Pereira. O caso ocorreu em 23 de setembro, no Residencial Total Ville, em Santa Maria.
A vítima foi socorrida pelos bombeiros em casa com 90% do corpo queimado. O incêndio começou no sofá da sala e não se estendeu para outros cômodos da residência, graças a ação da corporação. Vanessa também precisou ser internada no Hran, pois sofreu queimaduras em 40% do corpo. Ela está presa preventivamente, em um leito da unidade, com escolta policial.
Segundo o delegado Alberto Rodrigues, chefe da 33; DP (Santa Maria), com a morte de Tatiana, o caso evoluiu para feminicídio. ;Quando ela deu os primeiros esclarecimentos, alegou que o incêndio foi acidental. Mas ela já havia mandado mensagens para a vítima, afirmando que iria matá-la queimada;, explicou o investigador.
Onde procurar ajuda
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência ; Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Telefone: 180 (disque-denúncia)
Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
; De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
; Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
; Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
(61) 3207-6172
Disque 100 ; Ministério dos Direitos Humanos
Telefone: 100
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350