Cidades

Taxista acusado do feminicídio é condenado a 19 anos de prisão

Edilson Januário de Souto matou a tiros a companheira, Marília Jane de Souza, no Recanto das Emas. Ele não aceitava o fim do relacionamento

Sarah Peres
postado em 09/10/2019 18:03
Marília Jane de Sousa Silva, morta pelo marido Edilson Januario de Souto
A Justiça condenou o taxista Edilson Januário de Souto a 19 anos e seis meses de prisão pelo feminicídio da companheira, Marília Jane de Souza, 58 anos. O crime aconteceu em 5 de agosto de 2018, por volta das 20h, no Recanto das Emas. O acusado matou a mulher a tiros por não aceitar o término do casamento e a divisão dos bens do casal. Ele fugiu depois de cometer o assassinato, mas acabou preso pela 27; Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) dois dias depois.
Na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal de Territórios (MPDFT), Edilson iria responder por homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda como consta nos autos, Edilson surpreendeu a mulher no quarto do casal. Ele pegou a arma de fogo e disparou quatro vezes. Ele errou três tiros, mas um deles acertou o tórax de Marília.
A condenação de Edilson ocorreu no Tribunal do Júri do Recanto das Emas, em 1; de outubro. Os sete jurados sorteados para decidir o destino do taxista acataram a materialidade do assassinato, assim como as qualificadoras. Assim, o juiz calculou a pena imputada ao acusado, que responderá em regime fechado. Ele não poderá recorrer em liberdade.
Ao proferir a pena de Edilson, o magistrado destacou que foi levado em consideração a questão de que o taxista "possui pelo menos dois episódios anteriores relacionados à violência doméstica e familiar contra a mulher, o que evidencia ser pessoa que mantém tendência à prática de delitos relacionados ao gênero, colocando a sociedade refém de elevadíssimos índices de criminalidade, vítima de um verdadeiro terrorismo criminal que, inclusive, fomenta um preocupante quadro de vingança pessoal".

Relembre o caso

Edilson Januário de Souto estava em um bar antes do crimeEdilson passou a noite de 5 de agosto bebendo em um bar, a menos de 500 metros da casa em que morava com Marília havia dois anos. Segundo relatos de moradores da região, à época do crime, o taxista aparentava estar tranquilo no estabelecimento. Contudo, quando ele retornou para casa, os vizinhos conseguiram ouvir a confusão e, em seguida, tiros.
Marília e o marido discutiram no quarto do casal. Ele sacou a arma, momento em que a vítima correu. O taxista disparou, atingindo a mulher, que caiu tentando fugir em direção ao portão da residência. Edilson arrastou o corpo da vítima para dentro da casa de novo, colocou o carro dela na garagem e, pouco depois, fugiu no táxi dele.
Um bombeiro militar, ao perceber a movimentação e a fuga de Edilson, arrombou o portão da residência. Ele encontrou Marília no chão, mas apesar dos esforços, ela já estava morta. Ele acionou a polícia, que iniciou a investigação. A 27;DP elucidou o assassinato.

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