Cidades

Ibaneis apresenta queixa-crime contra fazendeiro que abrigava bolsonaristas

O governador apresentou nova queixa-crime contra extremista de direita por ameaçá-lo em vídeo divulgado nas redes sociais. André Luiz Bastos de Paula Costa é o dono da fazenda que abrigava acampamento de bolsonaristas em Arniqueiras

Correio Braziliense
postado em 30/06/2020 20:57
O governador apresentou nova queixa-crime contra extremista de direita por ameaçá-lo em vídeo divulgado nas redes sociais. André Luiz Bastos de Paula Costa é o dono da fazenda que abrigava acampamento de bolsonaristas em ArniqueirasO governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), apresentou nova queixa-crime contra extremista de direita por ameaçá-lo em vídeo divulgado nas redes sociais. O documento foi protocolado nesta terça-feira (30/6) no Juizado Especial Criminal de Brasília e denuncia por injúria André Luiz Bastos de Paula Costa. Ele é o dono da fazenda que abrigava acampamento de bolsonaristas em Arniqueiras.
 
"A ideia do governador é mostrar que as pessoas precisam ter respeito pelas outras independentemente do cargo que ocupam. Em sendo governador, ele representa hoje 3 milhões de pessoas no DF. É preciso que as pessoas tenham consciência. Todo mundo tem direito a liberdade de expressão, a liberdade de pensamento, o direito de associação. Faz parte da estrutura jurídica e social do Estado de Direito. Mas é preciso que haja um limite", afirmou ao Correio o advogado Cléber Lopes, que representa o governador no processo.

blog CB.Poder teve acesso com exclusividade ao vídeo em que André ameaça o governador. A gravação, de 13 de junho, dura pouco mais de um minuto e meio. Nela, o acusado diz "o recado tá dado, governador!” e “Nós vamos te pegar, seu safado!”, “nós vamos mostrar pro senhor com quem que o senhor mexeu”. À época, Ibaneis disse que não aceitaria ameaças. “Sempre respeitei todo tipo de manifestações no meu governo, mesmo quando houve algum tipo de irregularidade, como o desrespeito à determinação do uso de máscaras ou distanciamento social. Nunca reprimi. Mas não admito ameaças”, afirmou.
 

No processo, a defesa do governador defende que "ao denominá-lo 'agiota' e 'safado', divulgando esse conteúdo por meio que facilitou a disseminação das ofensas, está configurada a prática das condutas previstas no art. 140 do Código Penal (injúria), por três vezes, com a incidência das causas de aumento de pena previstas no art. 141, incisos II e III, do mesmo diploma legal". 
 
O vídeo foi gravado depois que equipes do DF Legal e da Polícia Militar desmontaram acampamentos de produtores rurais e do grupo 300 do Brasil instalados na Esplanada dos Ministérios. A ação teve como um dos objetivos a prevenção de contaminações pelo novo coronavírus. 
 
Dias depois, em 21 de junho, a Polícia Civil do DF desmontou outro acampamento que abrigava extremistas, em Arniqueiras. Apuração dos investigadores mostra que André Luiz é o dono do local e a corporação pretende ouvi-lo em investigação que apura possíveis financiadores do grupo, acusado de manter treinamento paramilitar no local

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Fogos e ameaças também ao STF 

No mesmo da gravação do vídeo em que André Luiz aparece ameaçando o governador, fogos de artifício foram jogados em direção ao STF. Um dos suspeitos de participar da queima é Renan Sena, outro extremista contra quem Ibaneis já havia apresentado queixa-crime. Além de ter agredido enfermeiras que participavam de ato pacífico na Praça dos Três Poderes, ele ingou em vídeo o governador e fez ameaças ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Por esse motivo, o bolsanorista acabou preso pela Polícia Civil do DF no início do mês, e liberado após assinar termo circunstanciado e se comprometer a comparecer em juízo.   
 
A ação de remoção de manifestantes bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios e a omissão diante dos fogos de artifício dirigidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) resultaram crise na Polícia Militar do DF, que culminou na exoneração, já em 14 de junho, do subcomandante-geral, Coronel Sergio Luiz Ferreira de Souza, à frente, à época, do comando geral da corporação.
 
O Correio tenta contato com a defesa de André Luiz Costa. O espaço está aberto para manifestação. 
 

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