Cidades

Cigana Milena: Polícia busca suspeita de golpes de 'benzimento de dinheiro'

Os golpes geraram prejuízo superior a R$ 200 mil às vítimas da suspeita, que são do DF e de outras unidades da Federação

Correio Braziliense
postado em 16/07/2020 18:10
Cigana Milena é procurada pela Polícia de São PauloA Polícia Civil do Estado de São Paulo procura pela Cigana Milena (leia Perfil nas redes), acusada de estelionato. A suspeita teria aplicado o golpe de “benzimento de dinheiro” em pelo menos cinco mulheres, do Distrito Federal, São Paulo, Maranhão, Tocantins e Rio Grande do Sul. O esquema gerou um prejuízo às vítimas superior a R$ 200 mil. A informação foi confirmada ao Correio na tarde desta quinta-feira (16/7) pela Secretaria de Segurança Pública do estado.

O caso é investigado por meio de inquérito policial pelo 7º Distrito Policial, localizado na Lapa (SP). Os golpes da Cigana Milena passaram a ser apurados pela unidade após uma lojista do DF procurar a Polícia Civil, por ter perdido R$ 82 mil com o esquema estelionatário. Inicialmente, a mulher registrou o crime na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), mas foi encaminhado para ser instaurado na região Sudeste. Isso ocorreu porque as contas bancárias da acusada são da cidade de São Paulo. 

A mulher prestou esclarecimentos na 3ª DP (Cruzeiro Velho). No entanto, precisou viajar para dar depoimento no 7º Distrito Policial. “A equipe já identificou a suspeita e realiza buscas para localizá-la. Um segundo caso também é investigado pela unidade”, esclareceu a Secretaria de Segurança Pública. 

As demais três vítimas da Cigana Milena devem registrar as ocorrências contra a suspeita por meio da Delegacia Eletrônica de São Paulo, por não serem moradoras do estado. Duas delas já contrataram advogados para representá-las na ação criminal contra a acusada, assim como na esfera cívil. 

Perfil nas redes

Por um perfil no Instagram, Cigana Milena comentou os casosNo perfil do Instagram, Cigana Milena se autointitula uma pessoa espiritualista e realiza postagens relacionadas às religiões afrobrasileiras. Nesta quarta-feira (15), a suspeita chegou a criar uma segunda página na rede social, que saiu do ar por volta das 17h30. A Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno repudiou as ações da mulher

Em postagem realizada na tarde desta quarta, pelo stories do Instagram, a acusada comentou: “Calúnia e difamação também é crime queridos!!!! Estou com a consciência tranquila (sic)”. A reportagem respondeu à publicação, pedindo um posicionamento sobre os casos de estelionato, mas o perfil saiu do ar e não houve resposta. A página principal da suspeita, que tem mais de 350 mil seguidores, continua ativa.
 
A indicação de “cigana” no nome faz referência à entidade que se manifesta na Umbanda, mas também em algumas casas de Candomblé — locais que tratam com seriedade a religiosidade —, e não ao povo cigano.A indicação de “cigana” no nome faz referência à entidade que se manifesta na Umbanda, mas também em algumas casas de Candomblé — locais que tratam com seriedade a religiosidade —, e não ao povo cigano. 

O Correio entrevistou Rafael Moreira, presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno. Ele destacou que apesar da acusada se auto denominar praticante da religiosidade afro brasileira, “para ser sacerdotisa, não basta se auto intitular. É preciso anos para se tornar um sacerdote, os pais e mães de santo. Pedimos, a quem procurar um atendimento espiritual, que busque a Federação, que indicaremos casas que têm o verdadeiro compromisso com o espiritual. É muito prático alugar uma sala no Setor Comercial Sul, por exemplo, fechar e mudar, após realizar os golpes. O terreiro, não”, explica.

Veja a entrevista na íntegra: 
 
 

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