Cidades

Polícia prorroga investigação sobre deputado do PSL que atirou em advogado

Correio teve acesso ao depoimento de Helvídio Neto, advogado baleado pelo deputado estadual do PSL, feito quando ainda estava internado

Correio Braziliense
postado em 05/08/2020 20:16
Bar onde advogado foi baleado por Alexandre Knoploch na 408 SulA Polícia Civil do Distrito Federal vai pedir prorrogação de prazo para concluir o inquérito que investiga o que levou um deputado estadual do PSL do Rio de Janeiro a balear um advogado na porta de um bar de Brasília no começo de julho.
 
Ao Correio, o delegado responsável pelo caso, Maurício Iacozzilli, da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), disse que aguarda o resultado de laudos técnicos do local, de balística e da arma, por isso é necessário mais tempo. “Estamos esperando os laudos do Instituo de Criminalística. Como hoje fez 30 dias da instauração do Inquérito o procedimento será encaminhado para a Justiça pedindo dilação do prazo”, disse. 

Iacozzilli também afirmou que recebeu Helvídio Neto, o advogado baleado pelo deputado Alexandre Knoploch, após ele ter saído do Hospital de Base, onde passou duas semanas internado. Segundo o responsável pela investigação, o advogado apenas reiterou o primeiro depoimento prestado, horas após o ocorrido na madrugada de quinta-feira (2/7). 

Correio teve acesso ao vídeo do depoimento feito por Helvídio Neto, quando ainda estava no Hospital de Base. Confira:

 
Helvídio Neto informou que, desde que teve alta, está em casa e só saiu para ir à polícia e ao Instituto Médico Legal. Disse ainda que tem recebido a visita diária de uma enfermeira que troca o curativo do pé ferido ao custo de R$ 990 por mês.
 
Na próxima sexta-feira, o advogado deve retornar ao hospital para uma nova cirurgia. “Espero que seja a segunda e última. Mas pode ser que necessite mais de uma. Provavelmente retirarão osso da minha bacia para fazer enxerto no pé. Preencher a falha óssea do 1º e 2º metatarso. Pé zumbi. E joelho bichado. Rompi parcialmente os ligamentos do joelho fugindo do deputado. Nada de andar. Só muletas e cadeira de rodas. Só eu sei que a via-crúcis mal começou. Ficar sem andar. Com dores. Provável lesão permanente”, relatou Helvídio Neto, 39 anos. 

O deputado Alexandre Knoploch (PSL-RJ) assumiu ter dado o tiro que atingiu o pé de Helvídio, mas disse que agiu em legítima defesa, ao ser atingido por um soco do advogado. Os dois estavam dentro do Noah, bar na 408 Sul, quando começou uma confusão, que teria sido motivada pelo deputado Gustavo Schmidt, que acompanhava Alexandre Knoploch.  Schmidt teria dado um soco em um amigo de Helvídio. Ao ver o ocorrido, o advogado buscou o responsável pela agressão e, já do lado de fora do bar, acertou o olho do deputado Alexandre com um soco. Segundo Knoploch, ele foi atingido sem ter relação com a briga. Schmidt emitiu nota repudiando o envolvimento de seu nome com o episódio. 

Depois de sair do hospital, Helvídio disso ao Correio que o deputado ofereceu um acordo para que ele mudasse o depoimento prestado à polícia. Alexandre Knoploch negou ter feito a proposta e disse foi Helvídio quem o procurou. De fato havia negociação de um acordo, mas o deputado afirma que o dinheiro seria para fisioterapia. 
 

Nota do deputado Alexandre Knoploch (PSL)
O deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL) esclarece que já prestou todos os esclarecimentos necessários às autoridades policiais. Inclusive foi o primeiro a registrar o caso em delegacia de polícia. O deputado reafirma que agiu em legítima defesa depois de sofrer uma agressão covarde.

Nota de Gustavo Schmidt 
O deputado Gustavo Schmidt repudia as acusações e estranha o envolvimento de seu nome, num momento em que se decidem questões políticas importantes no Estado do Rio. Ele ressalta que, na hora do disparo contra o advogado, sequer estava no local, de onde já havia se retirado.





Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags