Enem

Professores aguardam temas de meio ambiente no Enem

Em live, Paulo Ferrari, Alessandro Reis e Juliana Gaspar, do Sigma, debateram a prova e resolveram questões de física, química e biologia

Jairo Macedo-Especial para o Correio
postado em 09/09/2019 17:49
A segunda live do Especial Enem do Correio, ocorrida na tarde desta segunda-feira (9), foi dedicada às ciências da natureza. A área de conhecimento, que envolve física, química e biologia, foi debatida pelos professores Paulo Ferrari (física), Alessandro Reis (biologia) e Juliana Gaspar (química), do Centro Educacional Sigma. Eles responderam ao banco de questões desta edição (clique aqui e confira) e deram dicas valiosas para os candidatos. No bate-papo, eles ressaltaram a expectativa de que os conteúdos em ecologia, tema de debate atualíssimo e tão caro às edições anteriores do exame, não deixem a prova. Além disso, ressaltaram a necessidade de estudar o conteúdo de modo igualitário e interdisciplinar.
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Os professores garantem que as 45 questões de ciências da natureza costumam surgir em proporções iguais na prova, sem que uma das três disciplinas sobressaia-se sobre as demais. Não vale estudar somente a sua preferida e esquecer as outras, portanto. ;Os eixos são bem divididos: 15 questões para cada matéria. Normalmente, o aluno que se prepara de maneira homogênea cresce igualmente nos conteúdos, pois eles requerem essa capacidade adaptativa. Esse é o grande desafio das questões mais difíceis da prova;, afirma Paulo Ferrari. ;É a área de conhecimento mais difícil do Enem e, especialmente em cursos de alta demanda, não dá para escolher qual matéria estudar mais;, acrescenta Juliana Gaspar.

Enem sob nova direção

As trocas de comando no governo e a posição do Inep sobre o que considera ;prova sem ideologia;, outros temas desta edição do Especial Enem, também foram debatidas pelos professores. Alessandro Reis lamenta a instabilidade dos órgãos responsáveis pelo exame e espera postura responsável em termos científicos e pedagógicos. ;Neste ano, já tivemos quatro diretores do Inep e pessoas públicas falando em avaliar a prova e vetar questões. Este governo voltou atrás nesse aspecto;, critica.

Especialmente em relação à ecologia, ele vê a necessidade de não fugir da ciência que envolve os incêndios recentes na Amazônia. ;O país é alvo de críticas internacionais sobre a gestão ambiental. Espero que não haja interferência, nem que a prova se esquive de falar do tema. O aluno precisa de visão crítica do que está ocorrendo;, diz Alessandro Reis.

Professores do Sigma: foco em todas as disciplinas, sem distinção nem preferências
Paulo Ferrari observou que, ao contrário do que se pensa, a prova não exige posicionamento do candidato sobre os temas polêmicos, mas a demonstração de que ele entende a ciência que há por trás deles. ;Via de regra, as questões não requerem o posicionamento sobre os dados, mas o embasamento científico de como eles são postos;, afirma. ;Dados não são a minha opinião ou da escola, mas o que de fato é ciência. Ciência se contradiz com ciência, com metodologia científica. Se tenho dados científicos, me ancoro neles;, pontua Alessandro Reis.

Interdisciplinaridade

É em ciências da natureza que surgem mais questões interdisciplinares, cuja resolução envolve entendimento transversal do conteúdo. O candidato começa em, digamos, biologia, mas percebe que chegou à resposta por meio da física, química ou até geografia.
;Em física, você vê temas de outros conteúdos e os aborda do ponto de vista da disciplina;, diz Paulo Ferrari. ;O aluno deve estar confortável em pegar os pontos de vista teóricos que ele já tem e aplicar em contextos que ele não esperava;, afirma.
;Desse modo, o estudante vai pegar um objeto tradicional da biologia, como a percepção da visão ou audição, e vê-lo do ponto de vista físico. Também já houve item sobre peixe elétrico. Neste caso, você espera biologia, mas a cobrança é em potência elétrica;, exemplifica Paulo Ferrari. ;O exame pede um bom generalista, hábil na resolução de problemas usando das mais diversas ferramentas;, acrescenta Alessandro Reis.
;Outras disciplinas também estão envolvidas. Em biologia, há muito elo com geografia, sobretudo quando se fala de ecologia;, afirma Reis.

Questões ambientais na mídia

Em matéria desta segunda-feira (9), alunos confessam: química é mesmo a matéria mais complicada em ciências da natureza. A professora Juliana Gaspar não nega: sem solidez de conhecimento, não dá para ir adiante na disciplina. ;Em química, a prova tem vindo muito conteudista. O aluno precisa da base para ter um bom desempenho, algo que venho falando muito para os alunos;, diz.

;Sempre tem assuntos relacionados a problemas ambientais, como chuva ácida e aquecimento, que estão bem presentes no nosso dia a dia;, esclarece. Além disso, temas relacionados ao noticiário recente ou até mesmo às séries podem influenciar no conteúdo, acredita ela. ;Hoje temos o sucesso da série Chernobyl. Ela não retrata só o contexto histórico, mas as questões da química sobre como funcionam os reatores;, diz.

Os professores lembrara ainda de tragédias como os incêndios na Boate Kiss, em 2013, e no Centro de Treinamento do Flamengo, neste ano. ;O assunto de liberação de gases, e seu impacto no organismo, são bem presentes;, observa. ;Isso é pano de fundo recorrente e perfeito para as três disciplinas;, acrescenta Alessandro Reis.

Amanhã tem mais live

O conteúdo do Especial Enem não para. Nesta terça-feira (10), às 15h, o professor de matemática Paulo Luiz, do Sigma, resolve questões de anos anteriores do exame. Na semana passada, ele esteve presente a uma live, na qual respondeu ao banco de questões do suplemento. Acesse o Facebook do Correio, assista e participe!


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