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Devido à crise financeira, estagiários da UnB serão desligados no dia 30

Decisão afeta apenas os estagiários remunerados. Reitoria afirma que objetivo é impedir que a universidade chegue ao fim do ano com deficit

Philipe Santos*
postado em 18/04/2018 12:50
Estudantes ocupam prédio do FNDE durante protesto realizado na semana passada
Em meio a uma crise financeira que pode gerar um deficit milionário este ano e levou estudantes a ocupar a reitoria a Universidade de Brasília (UnB) deve desligar seus cerca de mil estagiários no próximo dia 30. Os estudantes já foram comunicados da medida, que afeta somente os estágios renumerados.

Em nota, a UnB informou que "está buscando reajustar seu orçamento para não chegar ao fim do ano com deficit", e que "a redução de estagiários em cargos administrativos é uma das medidas".

De acordo com o memorado da decisão ; assinado na última segunda-feira (16/4) por Carlos Vieira Mota, decano de Gestão de Pessoas, e Denise Imbroisi, decana de Planejamento e Orçamento ;, as unidades acadêmicas e administrativas poderão realizar a manutenção total ou parcial do seu quadro de estagiários e efetivar novas contratações, mas utilizando os recursos da própria matriz orçamentária.

Crise financeira

A UnB enfrenta uma grave crise financeira. O rombo nas contas pode gerar um deficit orçamentário de R$ 92 milhões até o fim do ano. O orçamento para 2018, de R$ 1,7 bilhão, não é suficiente para pagar todas as despesas e os custeios.

Essa situação tem gerando preocupação e reação nos estudantes. Na semana passada, eles realizaram uma manifestação no Ministério da Educação (MEC) que terminou em confronto com a Polícia Militar. Desde a última quinta-feira (12/4), os decentes também ocuparam a reitoria da instituição. Não há previsão de quando o local será liberado.

Na manhã de terça-feira (17/4), de acordo com a UnB, os funcionários da limpeza tiveram os materiais, como rodos e vassouras, apreendidos por integrantes do grupo de ocupação que está no prédio da reitoria.

Em nota publicada em rede social, o grupo à frente da ocupação afirma que a mobilização se deu em resposta à possibilidade de demissão de trabalhadores da limpeza e encarregados. O texto diz ainda que a devolução dos materiais está condicionada ao atendimento de termos de negociação colocados pelos manifestantes.
* Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende

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