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PF faz buscas em escritório de advogado do homem que esfaqueou Bolsonaro

De acordo com a PF, a ação tem como objetivo coletar provas que ajudem a identificar os responsáveis pelo financiamento da defesa do autor confesso do atentado

Philipe Santos*, Renato Souza
postado em 21/12/2018 13:29
Adélio Bispo de Oliveira, tem 40 anos e de Montes Claros, no norte de Minas

A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (21/12), dois mandados de buscas e apreensão em dois imóveis, no escritório e em uma empresa de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos advogado de defesa de Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) durante um ato político, em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro.

O celular, que estava com Zanone no momento da operação, foi um dos bens apreendidos. Ele conversava com jornalistas que solicitavam seu posicionamento sobre a operação policial. As ações de busca ocorrem no inquérito aberto para apurar a eventual "participação de terceiros, ou de um mandante" no crime que deixou Bolsonaro em estado gravíssimo, após uma perfuração no intestino.

De acordo com a PF, a ação tem como objetivo coletar provas que ajudem a identificar os responsáveis pelo financiamento da defesa do autor confesso do atentado. A corporação realizou a operação em um imóvel que funciona um hotel e uma locadora de veículos, local que serve como escritório e residência do advogado.

Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado de Adélio Bispo O outro imóvel alvo dos agentes é a sede de uma empresa. Os dois locais estão localizados na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Os mandados judiciais foram expedidos pela 3; Vara da Subseção Judiciária da Justiça Federal de Juiz de Fora (MG).

O atentado contra Bolsonaro

O então candidato a presidência Jair Bolsonaro foi esfaqueado em 6 de setembro durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) por Adélio Bispo de Oliveira, que foi preso em flagrante. A primeira investigação da PF apontou que ele agiu sozinho, mas a corporação abriu outro inquérito para aprofundar informações sobre o caso.
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Adélio está preso em um presídio federal em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele foi indiciado por prática de atentado pessoal por inconformismo político, previsto na Lei da Segurança Nacional.

A ação de hoje é polêmica. Pois o sigilo profissional está previsto na Constituição Federal, e no caso dos advogados, inclui a origem de seus honorários. Ou seja, os defensores não tem obrigação de informar qual a origem de seus pagamentos. O Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve deliberar sobre o assunto.

A Procuradoria Geral da República (PGR), em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), já defendeu a inviolabilidade do sigilo da origem dos honorários advocatícios.
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90% concluída

O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, afirmou, nesta sexta-feira (20/12), que a investigação sobre o atentado ao está avançada. "A investigação está bastante avançada, nós acreditamos que ela esteja 90% concluída", disse Galloro.

De acordo com Galloro, a diligência cumprida agora pela PF é mais uma ação necessária para esclarecer o caso. Sobre o objetivo específico, o diretor da PF afirmou que não poderia se pronunciar, uma vez que a apuração corre em sigilo.

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