Correio Braziliense
postado em 28/05/2020 15:12
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin deu 24 horas para que o seu colega de Corte Alexandre de Moraes e o procurador-Geral da República, Augusto Aras, se manifestem sobre o habeas corpus (HC) que pede que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não seja obrigado a depor no âmbito do inquérito das fake news. Moraes determinou na última terça-feira (26) que Weintraub fosse ouvido pela Polícia Federal (PF) em até cinco dias sobre uma declaração feita em reunião ministerial do dia 22 de abril. O vídeo da reunião foi divulgado na última sexta-feira (23). Nele, o ministro diz: “Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”. A gravação foi apontada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro como prova de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na PF.
O inquérito das fake news investiga informações falsas e ataques contra ministros do STF. Após determinação de Moraes, a PF cumpriu ontem mandados de busca e apreensão contra apoiadores do presidente, o que agravou ainda mais a crise entre o chefe do Executivo e a Corte.
O HC foi apresentado pelo ministro da Justiça, André Mendonça. No documento, ele solicita que Weintraub seja retirado do inquérito das fake news contra o Supremo e que seja suspensa a determinação para que Weintraub preste depoimento por ter feito críticas ao STF.
Após a operação da PF na quarta-feira (27), o presidente chamou seus ministros para uma reunião no Palácio do Planalto. Só não compareceram os ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Depois disso, ele se reuniu com Mendonça para discutir o HC.
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