COVID-19

Sputnik V: Reunião com Anvisa termina sem pedido de uso emergencial

Em reunião com a agência na tarde desta quinta-feira (21/1), laboratório não apresentou novos documentos. Anvisa diz que nova reunião de caráter técnico deve ser realizada para avançar no processo da vacina, mas não informou datas

Sarah Teófilo
Bruna Lima
Maria Eduarda Cardim
postado em 21/01/2021 18:53
 (crédito: Natalia Kolesnikova/AFP)
(crédito: Natalia Kolesnikova/AFP)

O laboratório União Química, detentor da transferência tecnológica da vacina russa contra covid-19, teve uma reunião com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quinta-feira (21/1), mas não solicitou, ainda, o uso emergencial do imunizante Sputnik V no Brasil, tampouco apresentou documentos novos para a autorização de pesquisa no país. A Anvisa informou que o encontro teve como objetivo “acompanhar e trocar informações com o laboratório sobre o desenvolvimento da vacina”.

“Durante a reunião, os representantes da União Química afirmaram que estão interessados em cumprir todas as etapas regulatórias exigidas pela Anvisa para avançar com os estudos clínicos no Brasil”, explicou a agência. A Anvisa informou, também, que uma nova reunião de caráter técnico deve ser realizada para avançar no processo da vacina, mas não informou datas.

A União Química e o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF) protocolaram na última sexta-feira (15) um pedido emergencial junto à Anvisa, no entanto, a agência reguladora recusou os documentos já que a vacina Sputnik V não apresenta requisitos mínimos para realizar o pedido de uso emergencial.

Para solicitar esse tipo de autorização, a Anvisa pede que o imunizante tenha estudos de fase 3 no Brasil.Em entrevista ao Correio nesta quinta-feira, o diretor de Negócios da União Química disse que o Brasil já tem produção própria da Sputnik V e poderá ofertar doses, a depender da liberação da agência regulatória, em fevereiro. "A produção da vacina no Brasil é a autonomia que o país precisa para não depender do mercado internacional", afirmou.

10 milhões de doses

De acordo com ele, a ideia é conseguir autorização para importação de 10 milhões de doses prontas da Sputnik V. "O que queremos hoje, da Anvisa, é a aprovação emergencial para trazer 10 milhões de doses prontas da Rússia, a fim de atender rapidamente o mercado brasileiro diante dessa falta de vacina", pontuou Rosso.

Caso não haja liberação por parte da Anvisa, a União Química já negocia a exportação das produções nacionais para países da América do Sul que já aprovaram o uso emergencial da Sputnik V. Neste contexto, seriam beneficiados países com Argentina, Paraguai, Bolívia e Venezuela.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação