Pernambuco

VÍDEO: Rapaz usando suástica é detido por seguranças e gera revolta online

Jovem foi filmado por seguranças durante abordagem, portava máscara, mas não a usava e alegou que uso de símbolo nazista não podia ser criticado por ele ter "liberdade"

Amanda Oliveira
postado em 17/06/2021 16:43 / atualizado em 23/06/2021 22:36
 (crédito: Reprodução )
(crédito: Reprodução )

 Um jovem foi filmado em um shopping de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, com uma suástica no braço. O vídeo que flagra o uso do símbolo nazista circulou nas redes sociais nesta quinta-feira (17/6) e gerou revolta nos internautas.

Trajando um moletom em que exibia uma imagem onde se lia "Sabrina", em menção à série da bruxa adolescente de remake da Netflix, e portando máscara, mas sem usá-la durante a abordagem, o rapaz foi abordado no início da manhã, logo após a abertura do centro de compras Caruaru Shopping.

“Quer ficar famoso esse aqui. Você nem sabe o que está usando aí”, disse um homem ao hostilizar a atitude do jovem, que não teve a identidade confirmada.

Nas imagens, a equipe de segurança realiza uma abordagem e tenta conter o rapaz por um dos braços, mas ele reage e diz "eu tô na minha liberdade", antes de se distanciar da câmera que o filma.

Nas redes sociais, o vídeo começou a ganhar tração na tarde desta quinta-feira (17/6) e inspirou inúmeros comentários violentos em relação ao rapaz. Entre os depoimentos mais comuns, estavam pessoas que questionavam os motivos pelos quais o jovem não apanhou durante a abordagem e houve quem apresentasse como resposta motivações raciais.

Segundo a legislação brasileira, a apologia ao nazismo é crime com punição de 2 a 5 anos de reclusão e pagamento de multa. A advogada especialista em direito penal Jéssica Marques explica os limites do direito à liberdade de expressão invocada pelo rapaz durante o episódio.

“O Supremo Tribunal Federal (STF) deliberou, há alguns anos, que a liberdade de expressão não é um direito que possa ser exercido de forma ilimitada. Ela não autoriza a apologia ao nazismo ou qualquer outro ideal preconceituoso e discriminatório. À medida em que invada o direito de outra pessoa ou afronte a dignidade ou a esfera íntima, este ato deve ser devidamente punido tanto na esfera civil quanto criminal”, afirma.

O shopping center não encaminhou o caso para a instância policial. Em nota, a administração disse repudiar toda e qualquer forma de apologia ao movimento. “O usuário, nitidamente conturbado, foi flagrado pelo sistema de segurança do empreendimento e, de imediato, como visto nas imagens, foi abordado por um de nossos seguranças e expulso de nosso shopping. Aqui prezamos pela liberdade de expressão, de forma sadia e não conturbada”, informa o comunicado.

 

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