FUTEBOL E SAÚDE

Copa América trouxe ao Brasil a cepa colombiana do novo coronavírus

Variante era inédita no Brasil e, segundo o Instituto Adolfo Lutz, foi detectada em duas amostras coletadas de pessoas envolvidas na competição, que testaram positivamente para a infecção pelo novo coronavírus. Durante o torneio, 179 casos foram comprovados pelos exames

Maria Eduarda Cardim
postado em 13/07/2021 06:00 / atualizado em 13/07/2021 07:16
Aglomeração na entrada do estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, antes da final da Copa América entre Brasil e Argentina -  (crédito: Danilo Queiroz)
Aglomeração na entrada do estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, antes da final da Copa América entre Brasil e Argentina - (crédito: Danilo Queiroz)

Apesar de o Ministério da Saúde comemorar a realização da Copa América no Brasil e dizer que a competição “trouxe uma vitória importante para todo o país” — ao se referir ao fato de que o torneio não aumentou a incidência de casos de covid-19 —, a competição trouxe uma variante inédita, que ainda não havia sido identificada em solo brasileiro. Segundo o Instituto Adolfo Lutz, uma cepa de interesse originária da Colômbia foi encontrada em duas amostras coletadas de pessoas envolvidas no evento, que testaram positivamente para a infecção pelo novo coronavírus. Em quase um mês de competição, 179 casos de Sars-CoV-2 foram confirmados.

Os dois registros positivos da variante colombiana foram identificados em amostras que vieram de Cuiabá, que recebeu cinco jogos da Copa na Arena Pantanal. As amostras são referentes a dois homens, de 37 e 47 anos, que vieram do Equador e da Colômbia, respectivamente. Segundo o Adolfo Lutz, essa variante ainda não havia sido encontrada no Brasil.

A nova mutação foi detectada ainda no Equador, nos Estados Unidos, no Caribe e em alguns países da Europa. O instituto explicou que os vírus sequenciados possuem mutações “que podem estar associadas a um maior potencial de transmissão” e, por isso, a variante é considerada, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como de interesse. Desde o final de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divide as cepas como Variantes de Interesse (VOI) ou Variantes de Preocupação (VOC) — as de interesse são consideradas menos agressivas.

Além da nova variante detectada em dois casos positivos da Copa América, o Adolfo Lutz também sequenciou outras 10 amostras. Todas são referentes à variante Gamma (P.1), originada em Manaus, e agora predominante no Brasil. Em todo o torneio, 179 infecções pelo novo coronavírus foram confirmadas, sendo 36 delas entre jogadores e membros das delegações, 137 entre prestadores de serviços terceirizados e seis entre o pessoal da Conmebol, que inclui arbitragem, médicos e equipe logística. As quatro cidades que sediaram — Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro — os jogos confirmaram casos.

Segundo a pasta, 99,4% dos 28.772 testes de RT-PCR feitos nas passoas envolvidas com a competição deram negativo para a covid-19. O Ministério da Saúde, porém, não comentou a descoberta da nova cepa. “O índice muito baixo de contaminação comprova que a Copa América no Brasil foi feita com segurança e não causou aumento de casos de covid-19”, disse em nota.

Apesar da chegada na cepa inédita no país, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — que produz a vacina Oxford-AstraZeneca no Brasil — confirmou que adiará para agosto a entrega das 100 milhões de doses da vacina, antes prometida para o final do mês. “Em razão das primeiras entregas terem ocorrido em março, pelas dificuldades iniciais do envio do insumo, e pela Fiocruz ter conseguido escalonar muito rapidamente a sua capacidade de produção, acima do calendário de envio de IFA previsto, o marco das 100 milhões de doses entregues deve ocorrer em agosto”, explicou. A fundação informou, ainda, que o ajuste “estava previsto” e não trará impacto para o Programa Nacional de Imunização (PNI), pois recebeu da Fiocruz cerca de 70 milhões de vacinas.

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