PANDEMIA NO BRASIL

Investigado: professor aposentado toma quatro doses de vacinas em dois estados

A farsa foi descoberta pela prefeitura de Viçosa (MG). O homem tomou doses da CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer

Talita de Souza
postado em 16/07/2021 22:16 / atualizado em 16/07/2021 22:17
 (crédito: Paul Hennessy/ Divulgação)
(crédito: Paul Hennessy/ Divulgação)

Após uma denúncia feita pela Prefeitura de Viçosa (MG), um professor aposentado, de 69 anos, é investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por enganar as equipes de imunização de dois estados, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e tomar quatro doses de vacinas contra a covid-19. As informações são da Folha de S. Paulo

De acordo com a prefeitura da cidade mineira, a “trapaça” foi descoberta quando o homem tomou a última vacina da Pfizer em 25 de junho. “O cidadão abordou a equipe de imunização alegando ter 61 anos e ter perdido sua data correta de vacinação. Após a aplicação do imunizante e conferência de dados, foi constatado que o mesmo havia tomado duas doses da CoronaVac em Viçosa; uma da AstraZeneca na cidade do Rio de Janeiro; e a última da Pfizer, também em Viçosa”, disse o órgão em nota.

As duas primeiras doses da vacina chinesa foram tomadas nos dias 31 de março e 22 de abril. Já em 17 de junho, ele recebeu a vacina da AstraZeneca em um posto de saúde de Copacabana, no Rio de Janeiro. A Prefeitura de Viçosa aproveitou a situação para afirmar que qualquer pessoa que infringir as regras de recebimento “está sujeita a implicações previstas em lei”. “A colaboração, solidariedade e, inclusive, o bom senso de todos, é fundamental para acelerarmos ainda mais a vacinação dos viçosenses”, pontuou no texto.

O Ministério Público de Viçosa recebeu a denúncia e o processo corre na 2ª Vara Cível da Comarca de Viçosa.

O professor é fundador de uma empresa laboratorial que se apresenta como “referência em vacinas autógenas e sanidade animal”. No site do empreendimento, é possível observar os valores do negócio criado pelo professor, entre eles está “ética presente em nossas atitudes”.

O Correio tentou entrar em contato por telefone e e-mail com a Microvet para registrar o posicionamento de José Lúcio, mas não obteve respostas. No entanto, este espaço fica aberto para quaisquer manifestações do professor.

Veterinária em SP fraudou o sistema para tomar terceira dose de vacina

Em 30 de junho, noticiamos o caso de outra profissional da medicina veterinária. Jussara Sonner, moradora de Arujá (SP), procurou um posto de saúde “isolado” e sem computadores para burlar o sistema de vacinação da cidade de Guarulhos e tomar a dose única da Janssen, três meses depois de ter completado a imunização com a CoronaVac.

Ela utilizou o Facebook e o Instagram para compartilhar com conhecidos a informação na quarta-feira (30/6). “Sei que nenhuma vacina é totalmente segura pois não houve tempo para a realização dos testes. Mas como no início do ano tomei a vachina (sic) estava bastante incomodada com isso. Esperei o tempo necessário e hoje consegui tomar a da Janssen”, declarou nas redes.

Para conseguir fraudar o sistema, a veterinária afirma ter procurado um bairro “meio que de favela” em Guarulhos onde não havia internet nem computadores para checagem de dados. “Uma sorte! Anotaram meus dados numa folha timbrada. Quando cair no sistema será tarde demais”, comemorou, ao responder a sobrinha em um comentário.

Na ocasião, a Prefeitura de Guarulhos afirmou que encaminhou uma denúncia contra a veterinária ao Ministério Público Estadual.

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