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CB.Fórum Live: projetos para acesso às inovações na área de saúde avançam

Diretor presidente do Instituto Tellus afirma que inovações tecnológicas reduziram em 33% o tempo de espera das filas e em 26% o absenteísmo dos pacientes

*Gabriela Chabalgoity*
postado em 06/12/2021 17:59
 (crédito: Minervino Júnior )
(crédito: Minervino Júnior )

A implementação de políticas públicas que ampliem o acesso às inovações na área de saúde foi tema do CB.Fórum Live: Inovação além do tratamento, seminário do Correio Braziliense. O co-fundador e diretor presidente do Instituto Tellus, Germano Guimarães, falou sobre projetos que visam a inovação tecnológica na área da saúde. O evento ocorreu nesta segunda-feira (6/12).


O primeiro projeto citado foi o Cuida Mama, que visa reduzir a mortalidade do câncer de mama no Brasil com soluções que respeitam o olhar local para o cuidado da saúde da mulher.


De acordo com o especialista, o projeto se consiste em três pilares: facilitar a comunicação e a troca de informação entre mulheres e profissionais da saúde; (re)organizar a experiência do serviço de saúde, promovendo o acesso ao diagnóstico precoce e ao cuidado integrado ao longo da jornada; e identificar novos parâmetros para o cuidado do câncer de mama, fomentando tecnologias e políticas públicas.
Na elaboração do projeto, foram feitas 58 entrevistas, analisadas mais de 50 publicações, mais de 59 atores e iniciativas mapeadas, e, com isso, se chegou a 15 soluções que são possíveis de serem prototipadas e implementadas.


“Fizemos essa imersão em campo entendendo como que a paciente passa por esse protocolo de atendimento, como que os profissionais foram capacitados, qual a infraestrutura necessária hoje para fazer esse atendimento. Sistematizamos isso em uma jornada do usuário, que se desdobra em como a paciente se desperta para o autocuidado, como ela agenda os exames e como é o tratamento”, explicou Guimarães. 


A partir da criação do projeto, houve insights que consistem em ser necessário um estímulo para que a jornada de cuidado tenha início. No caso da mulher, é a informação disponível para ela reconhecer um sintoma e buscar ajuda; no caso do sistema de saúde, é o processo de rastreamento; o tabu sobre o corpo é um fator que dificulta o cuidado da saúde da mulher, criando dificuldades na relação profissional da saúde-paciente; espaços acolhedores e seguros são indispensáveis para o diálogo sobre o câncer de mama.

Por ser um tema associado à morte, a privacidade possui um papel essencial para que o vínculo e o diálogo ocorram e a jornada de cuidado, em especial no momento de tratamento, é desconhecida pelas mulheres, gerando angústia sobre seu caminho e reforçando sua vulnerabilidade, em especial para manutenção de empregos.


“A partir dos insights, foram realizadas uma série de oficinas de cocriação envolvendo as pacientes, especialistas e membros do poder público”, esclareceu o especialista.


Outro projeto apresentado foi o “Engajamento Digital na Saúde (EDS)”, que tem como objetivo responder a seguinte pergunta: como podemos co-criar e implementar um projeto inovador e de impacto para a atenção básica à saúde a partir de novas metodologias de atendimento e da inserção de tecnologias nas UBS de saúde de São Paulo e de Cotia?


Para Guimarães, um dos pontos identificados foi o absenteísmo dos pacientes, aqueles que marcam e não vão. “Fizemos uma série de oficinas com esses pacientes para entender a realidade deles e descobrimos que muitas das Unidades Básicas de Saúde (UBS) não são digitalizadas”.


“Hoje uma das maiores barreiras do serviço de saúde é a tecnologia que podia facilitar a vida do paciente. Criamos um aplicativo que busca facilitar o agendamento do paciente, ele acessa por lá e vê a agenda da UBS do seu bairro. Muitos esquecem que têm a consulta, então o sistema manda uma mensagem lembrando da consulta três dias antes”, explicou Guimarães.


Os dados apresentados pelo especialista registram que hoje já existem mais de 20 unidades operando esse sistema. “Aumentamos em 21% a qualidade do atendimento, reduzimos em 33% o tempo de espera das filas e reduzimos em 26% o absenteísmo dos pacientes”, apresentou.


Por fim, foi apresentado, também pelo especialista, o projeto “Plataforma para implementação de inovação em governo'', em parceria com o Tribunal de Contas da União, que estimula os gestores públicos a inovar por meio de contas públicas. 

 

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