Corrupção

Privilégios tabelados: detentos pagavam R$ 200 mil por fuga no MS

Planilha de preços da Unidade Penal Ricardo Brandão foi revelada pelo blog de Josmar Jozino e conta que presidiários pagavam R$ 15 por uma cerveja e até R$ 6 mil por uma nova cela

Jéssica Gotlib
postado em 08/04/2022 14:09
Imagem anexada nas investigações da Polícia Civil mostra bebidas alcoólicas que eram vendidas irregularmente no presídio -  (crédito: Polícia Civil de Mato Grosso do Sul/Divulgação)
Imagem anexada nas investigações da Polícia Civil mostra bebidas alcoólicas que eram vendidas irregularmente no presídio - (crédito: Polícia Civil de Mato Grosso do Sul/Divulgação)

Uma publicação do Blog do Josmar Jozino, no Uol, revelou quanto custavam regalias compradas por detentos na Unidade Penal Ricardo Brandão, em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Segundo informações conseguidas pelo jornalista, os detentos pagavam R$ 15 reais por uma cerveja, R$ 2 mil para ir a um pavilhão com regras menos rígidas e R$ 6 mil por uma cela com privilégios como frigobar, ventilador, móveis e prateleiras.

Esse último benefício poderia ser parcelado em duas vezes. Mas o ‘benefício’ mais caro comprado pelos detentos era a fuga da prisão. Segundo a reportagem, a liberdade clandestina estava avaliada em R$ 200 mil. Embora os preços tenham se tornado públicos, nesta sexta-feira (8/4), as irregularidades são parte de uma longa investigação sobre corrupção e concessão de vantagens indevidas na penitenciária.

Em janeiro deste ano, por exemplo, a operação La Catedral prendeu cinco policiais penais acusados de 19 crimes. Entre eles estava o ex-diretor da unidade prisional Carlos Eduardo Lhopi Jardim. As acusações envolvem concussão — quando alguém assume um cargo público para exigir vantagem indevida para si ou pessoa próxima —, corrupção passiva e outros tipos de ilegalidades.

O Correio procurou a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul (Agepen-MS) e Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) do estado para mais informações sobre o caso. Entretanto, a reportagem não obteve retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestação.

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