Pandemia

Fiocruz estuda medicamento antiviral de uso oral contra covid-19

Fundação detalhou que a substância foi batizada pelos pesquisadores de MB-905

Isabel Dourado*
postado em 19/01/2023 14:51
 (crédito:  Daniel Roberts/Pixabay)
(crédito: Daniel Roberts/Pixabay)

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o dossiê pré-clínico de um medicamento antiviral contra covid-19. De uso oral, o remédio está em desenvolvimento pelos pesquisadores da instituição em parceria com a empresa Microbiológica e o Centro de Inovação e Ensaios pré-clínicos (CIEnP).

Segundo a Fiocruz, a substância foi batizada pelos pesquisadores de MB-905. O item demonstrou-se eficaz para inibir a replicação do vírus Sars-CoV-2, além de auxiliar a frear o processo inflamatório desencadeado pelo coronavírus.

A partir da aprovação do dossiê pré-clínico na Anvisa, pode ser iniciada a primeira fase de ensaios clínicos. No informe da fundação sobre os estudos do novo medicamento, o pesquisador Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), um dos principais autores do estudo, afirmou que a ideia é cumprir todas as etapas necessárias para o desenvolvimento do medicamento no Brasil.

“Desde a fase de planejamento, síntese, caracterização química, caracterização de mecanismo de ação e os estudos pré-clínicos de segurança, tolerabilidade e eficácia.”

De acordo com a Fiocruz, além de atuar como antiviral, a MB-905 também conseguiu frear o processo inflamatório causado pelo coronavírus. No informe, o pesquisador da fundação explicou que essa característica é fundamental para combater a covid-19. Isso porque, segundo ele, a doença não manifesta somente uma destruição viral, mas serve como gatilho para uma resposta inflamatória exacerbada do organismo do paciente.

Resultados

Os pesquisadores destacaram, contudo, que a covid-19 não será curada com um único medicamento. Segundo eles, será necessário administrar um coquetel de medicamentos para tratar os casos mais graves da doença e aqueles de maior risco, como os de pacientes com comorbidades.

Além de testado em células humanas hepáticas e pulmonares in vitro, o efeito do MB-905 na redução da carga viral e na proteção contra lesões pulmonares foi reproduzido em diferentes modelos animais, acrescentaram. 

*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro

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