Uma diretriz publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (18/1) regula atividades das Forças Armadas na Terra Indígena Yanomami. Em caráter "emergencial", o Ministério da Defesa entregará 15 mil cestas básicas aos povos originários.
A ação será feita pelo Comando Operacional Conjunto Catrimani até 31 de março. Segundo o texto, a determinação segue pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 9, em reunião ministerial. Na ocasião, foram discutidas medidas definitivas para auxiliar na crise humanitária que atinge os indígenas de Roraima por conta do garimpo ilegal. No início do ano passado, em reportagem do Fantástico, a situação de desnutrição em que a população se encontrava provocou medidas rápidas do governo federal.
Entre os anúncios do presidente para conter a situação está a criação de uma coordenação nacional, com sede em Boa Vista, que vai reunir todos os órgãos envolvidos na proteção da floresta e dos povos originários. O principal objetivo será restabelecer "o modo de vida" das comunidades que habitam a terra indígena, sem a presença de invasores, retomando as técnicas de produção agrícola e recuperando as áreas degradadas na floresta pelo garimpo e pela extração de madeira ilegais.
"Gato e rato"
A meta é retirar definitivamente os invasores da terra indígena, para evitar o que o ministro chamou de "perseguição de gato e rato". "O gato chega, o rato foge, o gato sai, o rato volta", metaforizou Rui Costa para exemplificar a dificuldade que o Estado enfrenta para vigiar uma área maior que Portugal.
No ano passado, segundo números do governo, foram feitas mais de 400 operações da região, com mais de R$ 600 milhões apreendidos em patrimônio e recursos financeiros de grupos ilegais, além da destruição ou inutilização de equipamentos usados pelas quadrilhas, principalmente, para extrair ouro e outros metais preciosos.
As Forças Armadas também atuarão para retirar definitivamente os garimpeiros das terras indígenas.
Em março, quando terminar as entregas de cestas básicas, a ação passará a ser coordenada pela Casa de Governo em contratos de longo prazo. Os militares seguirão no apoio logístico das ações integradas, no bloqueio de acessos à terra indígena e na fiscalização de fronteiras.
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