Saúde

Eduardo Paes confirma epidemia de dengue no Rio de Janeiro

O prefeito da cidade apresentou um plano de contingência para combater a doença, com uma série de medidas de amparo à população e de combate ao Aedes aegypti

Prefeito Eduardo Paes e o secretário de saúde, Daniel Soranz, apresentam o cenário epidemiológico da dengue e ações para combater à doença no Rio de Janeiro, nesta sexta feira (02).  -  (crédito: Cleber Mendes/Estadão Conteúdo)
Prefeito Eduardo Paes e o secretário de saúde, Daniel Soranz, apresentam o cenário epidemiológico da dengue e ações para combater à doença no Rio de Janeiro, nesta sexta feira (02). - (crédito: Cleber Mendes/Estadão Conteúdo)

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), confirmou, nesta sexta-feira (2/2), que a cidade enfrenta uma epidemia de dengue. Com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, Paes apresentou um plano de contingência para combater a doença, com uma série de medidas de amparo à população e de combate ao Aedes aegypti — mosquito que também transmite zika e chikungunya.

Técnicos da prefeitura estimam que a taxa atual de incidência de dengue — número de casos por 10   0 mil habitantes — superou a marca da epidemia de 2012, a mais grave da série histórica na capital fluminense. Soranz informou que a cidade enfrenta recorde de internações pela doença, com 362 pessoas hospitalizadas em janeiro. Apesar de não haver confirmação de mortes pela doença no Rio, três óbitos são investigados. O atendimento a pacientes com dengue tem aumentado desde o início do ano. Na terceira semana de janeiro, 757 pessoas passaram pela emergência — um aumento de 67% frente à segunda semana.

Segundo Soranz, o estado de epidemia ocorre quando há um aumento sustentado de casos por um período definido e em regiões diferentes da cidade. Para frear o avanço da dengue, Paes pediu à população que reforce o combate aos focos do mosquito.

"A diferença para 2012 é que a gente põe, hoje, uma rede muito mais ampla e capilarizada pela cidade, com as clínicas da família. Ao contrário da pandemia de covid, em que o cidadão, individualmente, não podia fazer muita coisa, (a prevenção) depende muito da ação individual. Na absoluta maioria dos casos de dengue, as pessoas se contaminam em casa ou perto do local onde moram", disse o prefeito.

Entre as estratégias do plano de contingência, estão a criação do Centro de Operações de Emergência (COE-Dengue); a abertura de 10 polos de atendimento para a doença distribuídos por toda o município; a dedicação de leitos para pacientes com dengue nos hospitais da rede municipal; o uso de carros fumacê nas regiões com maiores incidências de caso e a entrada compulsória em imóveis fechados e abandonados.

Problema nacional

O Ministério da Saúde divulgou, ontem, que o Brasil tem 262.247 casos dengue. De 1º de janeiro até ontem, 29 mortes relacionadas à doença foram registradas, e há 173 óbitos sob investigação.

Entre 1º e 27 de janeiro, o país contabilizou 243.720 casos prováveis da doença. "Quando comparado com o mesmo período de 2023, observa-se um aumento de 273% no número de casos prováveis. As regiões geográficas onde se apresentam os maiores coeficientes de incidência são Centro-Oeste, Sudeste e Sul", informou o ministério.

A taxa de incidência nacional está em 129,2 casos prováveis de dengue por grupo de 100 mil habitantes. Distrito Federal, Minas Gerais, Acre e Paraná são as unidades da Federação com os maiores índices de incidência da doença.

Na tarde de hoje, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, inaugura o Centro de Operações de Emergência contra a Dengue (COE Dengue), em Brasília. A iniciativa, segundo o ministério, visa acelerar a organização de estratégias de vigilância, "permitindo mais agilidade no monitoramento e análise do cenário para definição de ações adequadas e oportunas para o enfrentamento da dengue no país".

*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Doria


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postado em 03/02/2024 03:55