INVESTIGAÇÃO

Marielle: Freixo ligou para ex-chefe da Polícia Civil após assassinato

Marcelo Freixo disse que logo após a notícia da morte de Marielle, ligou para Rivaldo Barbosa. O delegado, preso pela PF, é um dos suspeitos de serem mandantes da morte da vereadora

"Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro", diz Freixo" - (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil)
postado em 24/03/2024 09:39 / atualizado em 24/03/2024 16:39

O ex-deputado federal e presidente da Embratur Marcelo Freixo (PSol-RJ) revelou no X (antigo Twitter) que ligou para o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, após a notícia da morte da vereadora Marielle Franco (PSol). O delegado disse que a polícia investigaria o caso.

No entanto, Rivaldo é um dos presos da operação deflagrada pela Polícia Federal neste domingo (24/3), apontado como um dos suspeitos da morte de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.

“Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime. Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”, disse.

“Foram 5 delegados que comandaram as investigações do inquérito do assassinato da Marielle e do Anderson, e sempre que se aproximavam dos autores eram afastados. Por isso demoramos seis anos para descobrir quem matou e quem mandou matar. Agora a Polícia Federal prendeu os autores do crime, mas também quem, de dentro da polícia, atuou por tanto tempo para proteger esse grupo criminoso. Essa é uma oportunidade para o Rio de Janeiro virar essa página em que crime, polícia e política não se separam”, concluiu Freixo.

Na delação de Ronnie Lessa, assassino de Marielle, disse aos policiais que o ex-chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, planejou detalhadamente a morte da vereadora e garantiu que nenhum dos executares do crime seriam pegos pelo crime.

Rivaldo era chefe do Departamento de Homicídios e assumiu a chefia da corporação em 13 de março, um dia antes da morte da vereadora. Ele foi nomeado pelo então interventor federal do Rio, general Braga Netto.

A operação foi coordenada pela PF, com apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR) e com o Ministério Público do Rio. Os mandados de prisão e busca e apreensão na capital carioca foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Motivações

A motivação, segundo os investigadores, pode estar atrelado ao embate da ex-parlamentar com a milícia coordenada pelo clã Brazão, alvos da operação deste domingo.

Além de Rivaldo, foram presos o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ). Os três suspeitos serão interrogados ainda neste domingo (24/3), na superintendência da PF, no Rio de Janeiro.

O clã Brazão coordena Jacarepaguá, zona oeste carioca, região dominada por grupos paramilitares. Domingos Frazão já chegou a ser citado na CPI das Milícias, em 2008.


A PF trabalha com outras teses, mas a expansão territorial e questões fundiárias são as informações que mais ganham força. Os investigadores conseguiram chegar nos três nomes após a homologação da delação do ex-policial militar e assassino confesso da ex-vereadora, Ronnie Lessa, além de provas coletadas pelos investigadores antes de Ronnie topar falar.

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